quinta-feira, 19 de julho de 2018

NOS Alive 2018 (dias 12, 13 e 14 de Julho) no Passeio Marítimo de Algés, Lisboa

"Rockers of the world unite and take over"

Como festivaleiro, eu estive lá no NOS Alive nalgumas edições anteriores desde 2012. Antes disso, quando reparei alguns dos artistas que irão estar nesta 12ª edição, nos dias 12, 13 e 14 de Julho de 2018, fiquei entusiasmado com a confirmação de nomes como os The National, Queens Of The Stone Age, Pearl Jam, Franz Ferdinand e Future Islands. Por isso, como os bilhetes para o último dia, 14 de Julho, já estavam esgotados rapidamente, o dia em que vão estar os Pearl Jam e os Franz Ferdinand, pedi a um amigo do meu pai, para fazer o favor de ir à Worten comprar o passe para os 3 dias.

Depois de ter o passe, fiquei com uma grande expectativa de outros nomes que iam actuar.
Alguns meses mais tarde, a insanidade em mim ascende progressivamente e ao reparar os outros nomes que iam lá actuar como Arctic Monkeys, Nine Inch Nails, Bryan Ferry, Black Rebel Motorcycle Club, At The Drive-In, Real Estate, Japandroids, MGMT, Jack White, Alice In Chains, entre outros, fiquei muito convencido e apreciado com o line-up desta edição. E que line up do caraças! Thank you, Álvaro Covões, fundador da Everything Is New, (entidade responsável pelo NOS Alive entre outros eventos de música) pelo seu bom gosto.

O aspecto forte deste festival é que o recinto está muito bem organizado. Os palcos bem arrumados. O som dos palcos NOS e Sagres, têm melhor qualidade e mais clean, digamos assim. Os restaurantes têm apenas kebabs, hamburgers, sandes, cervejas e garrafas de água com pouca fila de espera. É um sitio agradável.
Quanto ao aspecto fraco é que os WCs estavam mal organizados, pois houve uma enorme fila de espera, mesmo que a pessoa tivesse aflita para ir ao WC.


DIA 1

A escolha dos nomes onde pretendo ir, quer no palco NOS ou no palco Sagres, não são tão lineares como eu pensava. Então optei por ver inúmeros artistas que vão estar no palco principal, ou seja, no palco NOS.

No primeiro dia, a partir das 19h00, eu, o meu pai e os seus amigos, chegamos ao festival, estivemos a ver o senhor Bryan Ferry a tocar no palco NOS ás 19h15, o veterano membro dos Roxy Music. Apesar de ele ter 72 anos, consegue ter um carisma suficiente, no que diz respeito a performance, interpretando velhos temas dos Roxy Music bem como alguns dos temas a solo.
O alinhamento arranca com a "The Main Thing", passando pelos clássicos como "Don't Stop The Dance", "Out Of The Blue", "Love Is The Drug", "Slave To Love", "Avalon" e "Virginia Plain". O alinhamento termina com uma cover do "Let's Stick Together", original do Wilbert Harrison. E foi um regresso diversificado a palcos nacionais.

Depois disso, tive dar uma espreitadela no palco Sagres, onde estavam a actuar os WOLF ALICE, estivemos a comer umas sandes de presunto e queijo. Eu não cheguei a tempo de os ver até ao fim, mas pronto, não há crise.

Depois disso, fomos para o palco NOS para ver os norte americanos Nine Inch Nails, que começava às 20h55. Nunca os vi ao vivo, eu era para ter os visto no Paredes de Coura 2009, foi a esse ano em que eles estiveram cá pela última vez aqui em Portugal, mas acabei por não ir, porque daqui de Lisboa para lá é muito longe. Quanto ao concerto dos NIN, que tive uma grande expectativa de os ver, o alinhamento foi maravilhoso, tocaram vários temas do passado e alguns dos temas do novo álbum "Bad Witch". Em termos de performances frenéticas foram incríveis e conseguem manter a energia no palco que fazem eles uma das bandas emblemáticas do rock industrial nas últimas três décadas. Trent Reznor estava cheio de adrenalina durante as performances. A voz dele pareceu-me inconfundível. Houve os pontos mais altos de uma actuação que tocaram temas como "Wish", que é a primeira música que eles tocaram, "March Of The Pigs", "Piggy", "Closer", cujo tema que eu fartei-me de cantarolar e sei a letra de cor, e a "Head Like A Hole". Para além disso, houve também um momento inesquecível deste concerto que foi a interpretação de um tema do David Bowie, um dos ídolos do Trent Reznor, intitulado "I'm Afraid of Americans", como tributo a um músico que nos deixou há dois anos e nós os espectadores, ficamos surpreendidos com isso. O concerto termina com o magistral "Hurt", cujo tema pertence ao histórico álbum "The Downward Spiral", que muita das pessoas como eu cantarolavam em uníssono e sabiam a letra de cor, que até nos trazem lágrimas aos olhos. E pronto, foi um concerto grandioso, sublime e inacreditável neste festival arrojado para mim, também foi um grande regresso a palcos nacionais, provavelmente um dos melhores do ano, considero um ponto mais alto desta edição e ficará para a história.

Quanto aos Snow Patrol, que começava às 22h20 no palco NOS, eu não ando muito à praia com estes escoceses-irlandeses. É uma das bandas que não me aquece nem me arrefece, mas apenas gosto das mais conhecidas deles como "Run" e "Chasing Cars". Eu gostei do concerto deles. Também houve uma boa interacção com o público.

E finalmente, quanto aos Arctic Monkeys, que começava às 00h05 no palco NOS. Apesar de eu não considerar o novo álbum "Tranquility Base Hotel and Casino", o momento mais alto da banda (por acaso gostei do novo deles), eles deram um bom concerto. O alinhamento arranca com a "Four Out Of Five", canção retirada do novo álbum, passando pelos temas antigos como "Brianstorm", "Crying Lightning", "505", "Do I Wanna Know" e "I Bet You Look Good On The Dancefloor" e alguns do novo álbum como "Star Treatment". O concerto termina com a "R U Mine?". Muitos dos espectadores na plateia andava aos pulos, dançava e cantarolava ao mesmo tempo. Em termos de performance pareceu-me energético e imaginativo, o Alex Turner por vezes tem uma postura muito próxima daqueles artistas do movimento rockabilly, na sua forma de vestir e de actuar, mesmo em palco. E gostei de ver.


DIA 2

No segundo dia do festival, cheguei por volta das 18h15 para ver os Black Rebel Motorcycle Club a tocar no palco NOS, grande nome para à banda, um dos meus favoritos nomes. Tinha uma grande expectativa de os ver ao vivo, porque é umas das minhas bandas favoritas e foi por isso é que eu tive oportunidade de os ver. O alinhamento começa com alguns dos temas mais recentes do novo álbum "Wrong Creatures", por enquanto não cheguei a tempo de ouvir o novo deles, passando os temas do passado, sobretudo o dos primeiros álbuns. Estes "moto-roqueiros", como eu costumo dizer, conseguem manter o público mais animado e admirado que fazem eles uma das bandas de rock mais amadas ao longo dos tempos. O alinhamento acaba com os clássicos "Spread Your Love" e claro o "Whatever Happened To My Rock N Roll?", dos quais fartei-me de cantar. Mesmo no fim, o líder Peter Hayes saiu do palco e foi para a plateia da frente a cantarolar aos fãs, enquanto os espectadores estavam a tirar as fotos com os seus iPhones.

Depois do concerto dos BRMC, fiquei com fome, na hora do jantar, eu fui comer um hambúrguer.

Pouco tempo depois, vi só a última música dos Eels, que tocaram no palco Sagres. Depois disso estive a ouvir as primeiras 3 músicas da actuação dos Yo La Tengo, no palco Sagres, às 20h25, e não cheguei a tempo de os ver até ao fim.

De seguida, voltamos para o palco NOS para ver os The National, que começava às 21h15. Quanto ao concerto deles, pareceu-me moderado. Tocaram vários temas dos últimos dois álbuns do que os primeiros. O Matt Berninger pareceu-me, por causa da voz, que estava um pouco alcoolizado demais durante a performance. Na segunda parte do concerto, quando eles tocaram a "Terrible Love", salvo erro, o Matt saiu do palco, quase que fazia crowdsurfing, foi para a plateia da frente a cantarolar aos fãs e ainda por cima ficou perto da cervejaria, enquanto o pessoal, como eu, filmou e tirou fotos. Eu esperava que eles tocassem mais temas do passado do que os do presente. Foi uma pena de eles não terem tocado a "Afraid of Everyone" ou "Mistaken For Strangers", um dos meus temas favoritos deles. Mas tocaram a "Fake Empire" e "Mr. November".

Quanto aos Queens Of The Stone Age, que começava às 23h05 no palco NOS, foi brutal. O stoner rock da banda liderada por Josh Homme torna-se cada vez mais energético. Com a actuação electrizante, recheadas de guitarras eléctricas, eles conseguem manter o público mais vivo e animado, durante as performances.  O concerto arrancou com alguns temas do novo álbum "Villains", passando por vários temas antigos como o "No One Knows", "Little Sister", "Go With The Flow", "I Wanna Make It Wit' Chu" e "Burn The Witch" das quais foram os momentos mais altos de uma excelente actuação em palcos nacionais. E esse objectivo dito foi cumprido. Como sempre, eles deram um grande e arrebatador concerto, tal como os Nine Inch Nails e Pearl Jam, e considero outro ponto mais alto desta edição.

Quanto aos Two Door Cinema Club, que começava à 01h35 no palco NOS, receio que, não tenho pachorra nenhuma para estes fulanos irlandeses. Não consigo apreciar a maneira como eles cantam. Depois da 4ª música, já é demais para mim e acaba por soarem o mesmo. Tirando a "What You Know", pronto já não suporto mais nenhuma música deles.

E não tive oportunidade de ver os Japandroids e os Future Islands, que ambos tocaram no palco Sagres, porque já os vi no Paredes de Coura no ano passado, adorei ver os Japandroids e quanto aos Future Islands, foi muito bom o concerto.


DIA 3

No terceiro e último dia do festival, o dia em que se esgotou rapidamente os bilhetes, cheguei por volta das 18h25 para ver os Alice In Chains a tocarem no palco NOS, que começava às 18h10. Desde 2006, que William DuVall é um cantor dos Alice In Chains depois da morte do carismático cantor Layne Stayley, que morreu de overdose em 2002. Quando eu cheguei no Passeio Marítimo de Algés, já o concerto ia na 4ª música quando eles interpretavam a "Rain When I Die". Não tive tempo de ver eles a tocar a "Them Bones" ou a "Down In A Hole". No entanto, para além de tocar 2 temas do novo álbum que irá sair daqui a um mês, eles conseguiram interpretar vários hits como "Would?", "Man In The Box" e "Rooster", que foi o último tema que eles tocaram. O novo vocalista desta banda, de maneira como ele actua no palco, não é mau. No entanto, o concerto deles pareceram-me bons.

Quanto aos Franz Ferdinand, que tocaram no palco NOS às 19h35, foi maravilhoso. O público ficou seduzido pelas actuações estrondosas. E que grande concerto que eles nos deram até então. Tocaram alguns dos temas do novo álbum, do qual ainda não ouvi, e vários hits como o "Take Me Out", "The Dark Of The Matinee", "Michael" ou até mesmo "This Fire", o último que eles tocaram. E a interacção com o público foi óptima. Eles sentiram a energia na sua forma de estar em palco e no estúdio. No entanto, foi um concerto formidável e adorei os ver. Uma plena loucura, isto.

Eu não tive oportunidade de ver os Real Estate no palco Sagres, que tocaram à mesma hora que os Franz Ferdinand.

Quanto ao Jack White, que tocou no palco NOS às 21h05, foi muito bom mesmo. Pessoalmente, familiarizo daquela fase quando o Jack estava com os The White Stripes. No inicio do concerto, tocou alguns temas a solo como "Over and Over and Over" ou "Connected By Love", passando por vários temas dos The White Stripes como "Hotel Yorba", "Black Math" ou "We're Going to Be Friends", um dos The Dead Weather e um dos The Raconteurs. Em palco, o Jack White tem aquele cabelo despenteado semelhante ao Johnny Depp, do filme Eduardo Mãos de Tesoura. O alinhamento termina com a mais conhecida que muitas das pessoas cantarolavam o riff da guitarra que é o "Seven Nation Army" dos The White Stripes. Houve também boa interacção com o público. Eu gostei de ver ao vivo e parece que o público também.

Em relação aos Pearl Jam, que tocaram no palco NOS ás 23h15, eles deram um incrível concerto do princípio ao fim. Conseguiram conquistar o público do Algés sem pontos fracos. Na plateia da frente, houve uma multidão gigantesca que esteve lá assistir, as audiências cantavam e sabiam as letras das músicas de cor. Temas como "Even Flow", "Jeremy", "Black", "Better Man", "Daughter", "Go", "Corduroy", "Do The Evolution" e "In My Tree" foram um dos momentos mais altos de uma setlist perfeita.
Depois deles tocarem a 5ª música, que é a "Do The Evolution", o Eddie Vedder bebeu uma garrafa de vinho em palco enquanto um fã traz-lhe o papel e o Vedder cabula as mensagens ao que o fã escreveu.
Pelo menos, não houve "mosh" durante o espectáculo. Uma coisa que eu não sabia é que o baterista Matt Cameron, antigo membro dos Soundgarden, trazia uma t-shirt onde aparece a imagem de trás do Chris Connell, prestando a homenagem ao vocalista dos Soundgarden e dos Audioslave que nos deixou há um ano.
Durante o encore, tocaram versões do "Imagine", original do John Lennon e do "Comfortably Numb", original dos Pink Floyd. Depois disso, tocaram mais dois temas originais como "Porch", com o snippet do "Seven Nation Army" dos The White Stripes no meio da música, e o ícone instantâneo "Alive" que muitas pessoas cantavam no Algés rendida ao talento.
Por acaso achei curioso porque é que o nome do festival "Alive" foi retirado de uma canção com o mesmo título.
Outra maior surpresa no Algés é que o Vedder e companhia convidaram o Jack White a interpretar o tema clássico do Neil Young, "Rockin' In The Free World" e assim acaba o concerto no momento mais alto. Foi um explosivo, arrepiante e um triunfante regresso aos palcos nacionais que ficará para a história. Espero que se tenha divertido.

Eu não tive oportunidade de ver os At The Drive-In no palco Sagres, porque já os vi no Paredes de Coura no ano passado e pareceram-me altamente inacreditáveis durante as performances ao vivo.

Para acabar, fui ver os MGMT que tocaram no palco NOS à 01h55. Tocaram temas do novo álbum "Little Dark Age" e vários temas antigos como "Time To Pretend", "Weekend Wars", "Flash Delirium", o lado mais prog e psicadélico "Siberian Breaks" e o dançável "Kids" com o snippet do "Seven Nation Army" no meio da música, na mesma forma ao que os Pearl Jam fizeram. O alinhamento termina com "The Youth". Em relação ao concerto deles pareceram-me algo futurista e imaginativo. E gostei de ver. Muito bons mesmo.
E não tive tempo de ver Perfume Genius no palco Sagres, porque tocou à mesma hora que os MGMT.

No Algés estavam lá milhares de espectadores, muitos eram estrangeiros. 
De todos os concertos que eu vi o que eu gostei mais de ver foram os Pearl Jam, os Nine Inch Nails, os Queens of The Stone Age, os Franz Ferdinand e os Black Rebel Motorcycle Club.
Provavelmente o melhor cartaz desta galáctica edição de sempre, senão o dos melhores para mim.

E pronto, até para o ano.

---------------------------------
THE DREAM IS ALIVE
NEVERSTOP DREAMING
THE DREAM IS REAL
---------------------------------



Intro:

Eu no Algés com uma t-shirt dos The Cure, a minha banda de eleição


Bryan Ferry:



Nine Inch Nails:







Snow Patrol:

Arctic Monkeys:







Black Rebel Motorcycle Club:






Yo La Tengo:

The National:











Queens Of The Stone Age:










Alice In Chains:



Franz Ferdinand:





Jack White:







Pearl Jam:























MGMT:



Outro:


Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias


Setlists: