quinta-feira, 29 de agosto de 2019

EDP Vilar de Mouros (22,23,24 de Agosto de 2019) no Vilar de Mouros

Nos dias 22, 23 e 24 de Agosto de 2019 estive no EDP Vilar de Mouros. Antes disso, quando reparei alguns dos artistas que irão estar nesta edição, fiquei entusiasmado de confirmação de artistas como os The Sisters Of Mercy, Manic Street Preachers, Gang Of Four, The Cult, Anna Calvi, Gogol Bordello e Clan Of Xymox. Por isso decidi comprar o passe para os 3 dias.
Nunca fui ao Vilar de Mouros nos anos anteriores, mas quando reparei nos artistas que estavam no cartaz, como mencionei anteriormente, decidi ir.
O recinto não é assim nada de especial, há merchandising, há street foods, WCs e dois palcos: MEO e EDP. E tem uma característica semelhante ao do Paredes de Coura.

DIA 1

No primeiro dia, a partir das 20h30m fui ver os The Wedding Present, no palco MEO, vi-os pela primeira vez no Paredes de Coura de 2017 quando interpretaram as canções na integra do álbum de estreia referenciando ao melhor jogador de futebol "George Best", e gostei. Em relação ao concerto deles no Vilar foi bom, um bocadinho monótono mas não foi dos melhores que assisti. David Gedge e companhia estiveram preparados no palco interpretando temas antigos editados em finais de 1980 e inícios de 1990, nomeadamente os incríveis primeiros três álbuns ("George Best", "Bizarro" e "Seamonsters"). Canções como "Everyone Thinks He Looks Daft", "Kennedy" ou "My Favourite Dress" foram os pontos altos desta actuação. Mas de resto, não foi assim nada de especial.

Quanto ao concerto da Anna Calvi, que tocou no palco EDP às 21h30m, fiquei super espantado com tudo que vi. Descobri Anna depois de ler o artigo em que o músico Brian Eno referiu a ela como "a melhor coisa que aconteceu desde Patti Smith".  Desde que adoro bastante a Patti, decidi pesquisar mais informações sobre Anna. Li alguns sites de música nas criticas do álbum de estreia, editado em 2011, em que os críticos comparam a voz dela com as de PJ Harvey e Siouxsie Sioux. E ao ouvir algumas músicas do primeiro álbum no Youtube, decidi sacar esse álbum em formato digital. Mais tarde, tenha-se tornado uma das descobertas agradáveis, bem como uma das minhas artistas favoritas desta década. Esta mulher demonstra a capacidade de improvisar os solos de guitarra, no que diz respeito ao virtuosismo e à técnica. A sua voz poderosa, sexy e quase óperatica transmite-me o arrepio e o espanto. Não só pela voz mas também pelas as letras contagiantes. A música dela e a sua banda é dark, atmosférica, sensual, dramática e misteriosa, criando as paisagens sonoras com a guitarra e incorporando elementos de blues e art rock. Esses efeitos resultam de uma boa forma. O concerto começou com os temas do mais recente álbum "Hunter", editado no ano passado. Passando pela algumas cenas do primeiro álbum como a "Suzanne and I", "No More Words" e a teatral "Desire". Depois disso, tocaram novamente os temas novos como o assombroso "Don't Beat The Girl Out Of My Boy", com a voz cantada em notas prolongadas por parte da Anna, e "Alpha". O concerto terminou com a maravilhosa interpretação do tema dos Suicide, "Ghost Rider". Ela e a sua banda estiveram muito bem dispostos no palco rendido e mantiveram a comunhão com o público. Diverti-me imenso ao assistir o espectáculo. Ainda assim, o resultado final foi algo sublime. E este foi a melhor actuação alguma vez presenciado. 

Quanto ao concerto dos Therapy?, que vieram substituir os Killing Joke, que tocaram no palco MEO às 22h40m, só apanhei os últimos 30 minutos porque estive que ir ao street food jantar. Apesar de não explorar a discografia destes fulanos irlandeses, para além do álbum "Troublegum" de 1994, achei-os simpáticos. A sonoridade pós-hardcore e punk/metal dos Therapy? esteve presente nesta actuação e sabem como fazer uma atitude rebelde para o público. As cargas de electricidade de guitarras, o baixo distorcido e as vozes berradas são um exemplo característico do som da banda. Houve pontos altos desta actuação que foi as canções "Nowhere", "Knives" e "Screamager". E foi uma das grandes surpresas para mim.

Quanto aos Manic Street Preachers, que tocaram no palco EDP às 23h50m, foi simplesmente fantástico do principio ao fim. A banda de James Dean Bradfield e companhia estiveram muito bem dispostos no palco rendido. "Everything Must Go", do álbum com o mesmo titulo editado em 1996 após o desaparecimento do guitarrista, letrista e co-fundador Richey Edwards, o ponto de partida em que eles se tornaram uma banda de culto para super estrelas, é a primeira canção que ouvi, graças ao tema principal do jogo da Sony Playstation "Gran Turismo", bem como a outra canção "If You Tolerate This Your Children Will Be Next" e achei-os surpreendentes. A música deles é diversificada, do punk com a estética hard rock para o britpop e finalmente para o rock de estádio, as letras eram politizadas e intelectuais por parte da banda (nas fases Richey e pós-Richey). Quanto a mim eles são mais ou menos uma espécie de versão galesa dos U2 e dos The Clash. Os álbuns "The Holy Bible", "Everything Must Go" e "This Is My Truth Tell Me Yours", foram os álbuns que me surpreenderam por completo e são essenciais para quem quer descobrir a banda que teve sucesso nos anos 1990. O hino "Motorcycle Emptiness", do álbum de estreia "Generation Terrorists", e "You Stole The Sun From My Heart", do álbum "This Is My Truth...", foram uma boa maneira de começar o espectáculo para o público rendido. Depois desses, outros temas antigos "La Tristesse Durera", "The Everlasting" e "You Love Us", foram muito bons na altura certa e o concerto continuou a ganhar fortuna, mesmo revivendo as cenas do passado. O efeito clássico aos sons de "Everything Must Go" e "A Design For Life", pertencentes ao álbum "Everything Must Go", e a "Little Baby Nothing" foram em particular os momentos perfeitos da noite. A interpretação do tema "Suicide Is Painless", em versão acústica, da série televisiva de comédia M*A*S*H, entusiasmou-me, outro momento positivo da noite. Um único aspecto negativo que tenho foi a interpretação desnecessária da "Sweet Child Of Mine" (uma das canções que não suporto e nem soa nada bem aos meus ouvidos), original dos Guns N Roses (uma das bandas mais sobrevalorizadas na história da música e não acho piada nenhuma). Eu sei que muita das pessoas gostam dessa canção mas a meu ver, sou ao contrário. O concerto acabou com os grandiosos "Tsunami" e claro "If You Tolerate This Your Children Will Be Next". E pronto superou as minhas expectativas. Tive pena de não ouvir cenas do ecléctico "The Holy Bible". Na maneira como eles actuam no palco foi bastante comunicativo. 

Quanto aos The Cult, que tocaram no palco EDP às 01h30m, não foi dos melhores que assisti. Vi-os no NOS Alive há dois anos e foi infelizmente fraco. O Ian não teve energia suficiente para atingir as notas agudas. Parece que está a cantar em playback. O som estava muito abafado, parece que os técnicos de som não sabem como montar os equipamentos como deve ser. Então decidi vê-los outra vez a propósito da comemoração dos 30 anos do álbum "Sonic Temple". Apesar de não ser os meus favoritos, têm várias canções, na primeira parte, que valeram a pena escutar como "Edie", "American Horse" e "Sweet Soul Sister". Esse álbum e o "Electric" encontram-se o lado mais comercial e radio-friendly, onde eles tornaram uma banda de rock pesado e que vão buscar influências de nomes como AC/DC, Led Zeppelin e The Doors (ídolos do Ian Astbury), abandonando a sonoridade gótica dos álbuns anteriores. Mas o meu favorito deles é o "Love", editado em 1985. Adoro a combinação de texturas pós-punk e rock gótico com influências do hard rock. Em relação à actuação deles no Vilar de Mouros, bem, estava um bocadinho melhor do que lá no Alive. Diverti-me imenso. Os The Cult entraram no palco e interpretaram quase todos os temas do álbum "Sonic Temple". O concerto arrancou com a "Sun King", nesse momento houve uma pequena falha técnica de som pois houve o som que se tornou abafado. Quanto a "New York City", introduziu a melhoria de mistura começando a equilibrar normalmente. Passando pelo momento intimista no caso da bonita "Sweet Soul Sister" em que as notas do órgão Hammond por parte do Damon Fox soam idênticas. As guitarras arrojadas por parte do Billy Duffy desenvolvem num papel crucial no caso do "American Horse". Durante o concerto quando interpretaram a power ballad "Edie" (tributo a actriz e musa do Andy Warhol, Edie Sedgwick), a minha canção preferida deles, a voz do Ian não conseguiu aperfeiçoar a sua técnica vocal. O resto da banda esteve no topo. De seguida, para concluir a "Sonic Temple", o excelente "Fire Woman" fez-me arrepiar por completo. Depois de interpretar os clássicos "Rain" e "She Sells Sanctuary", do álbum "Love", eu e o meu pai tivemos que ir embora para não apanhar aquela confusão lá nos parques de estacionamento, ainda assim ouvi eles a interpretar os dois temas que fecha o concerto, "Wild Flower" e "Love Removal Machine", do álbum "Electric". O concerto deles não me encheu as medidas. Não vou dizer que é mau. Já vi piores.


DIA 2

No segundo dia, a partir das 19h30m fui ver os Clan Of Xymox, que tocaram no palco MEO. A minha descoberta para os Clan of Xymox foi através da editora independente 4AD (nome da editora mais ligado à distribuição de discos de nomes como Cocteau Twins, Dead Can Dance, This Mortal Coil, Pixies, Throwing Muses, Bauhaus, The Birthday Party, Clan Of Xymox, The Breeders, Bon Iver, Lush, Red House Painters, Deerhunter, St. Vincent, The National, Grimes, TV On The Radio, etc.). Os primeiros dois álbuns que ouvi foram as brilhantes ambições musicais desenvolvidos ao longo dos anos, nomeadamente em meados de 1980s. A música deles é uma mistura de sensibilidade synthpop com uma estética rock gótica e ao mesmo tempo darkwave. O que eu acho contagiante. Pois a partir daí, nem os Xymox conseguiram igualar esses dois álbuns mesmo recortando o álbum seguinte "Twist of Shadows", bem como o álbum a solo do antigo teclista Pieter Nooten, "Sleeps With The Fishes", que conta com a colaboração do compositor Michael Brook, e algumas cenas editadas em finais de 1990s. Em relação ao concerto deles foi fixe. Houve momentos positivos que me façam surpreender os sentimentos como a críptica "Stranger", que foi a primeira música que eles tocaram, a bela "Louise", "Jasmine and Rose" e "Back Door". A voz barítona do Ronny Moorings, na forma de cantar, faz-me lembrar às vezes o Andrew Eldritch. As linhas de guitarra em que o Ronny toca são maravilhosas, acompanhando com as caixas de ritmos fixes e teclados gélidos e invernosos para criar uma paisagem sonora subtil mas misteriosa. A festa acabou com o energético e dançável "A Day". Houve uma excelente interacção com o público. Na maneira como o Ronny e companhia actuam no palco foi impressionante. E valeu a pena ver.

Quanto aos The House Of Love, que tocaram no palco MEO às 20h35m, foi lindo. Descobri estes senhores através da editora independente Creation (nome da editora mais ligado à distribuição de discos de nomes como Primal Scream, Oasis, Felt, Teenage Fanclub, My Bloody Valentine, Slowdive, Ride, The Jesus and Mary Chain, The House Of Love, etc.). A banda de Guy Chadwick esteve em boa forma durante o espectáculo. As vozes e guitarras do Guy e de Terry Bickers estão no ponto. Canções como "Christine", "Shine On" e "The Beatles and The Stones" foram os pontos altos desta actuação. Gostei de ver.

Quanto aos Nitzer Ebb, que tocaram no palco EDP às 21h25m, foi visceral. Descobri estes senhores através da editora Mute (nome da editora mais ligado à distribuição de discos de nomes como Depeche Mode, Nick Cave and The Bad Seeds, Einsturzende Neubauten, Crime and The City Solution, Diamanda Galás, Laibach, Erasure, Yazoo, Fad Gadget, Nitzer Ebb, Goldfrapp, Moby, Swans, Liars, M83, New Order, etc.). Fartei de me dançar até aliviar o cansaço. Gostei sobretudo da actuação do vocalista Douglas McCarthy. A sua atitude rebelde e o seu poder acompanhado com os sintetizadores e ritmos electrónicos arrepiaram-me por completo e esse tal efeito intercalou os sentidos. Embora que as canções não pudessem variar por aí além ao longo da actuação, estiveram bem dispostos e preparados. "Join In The Chant" ou "Let Your Body Learn" foram os aspectos positivos que valerão a pena ver e ouvir. Foi um espectáculo cheio de adrenalina.

Quanto aos The Sisters Of Mercy, que tocaram no palco MEO às 22h50m, poderia ser melhor se não fosse aquele abafo e excesso de fumo logo na primeira parte do espectáculo. A minha expectativa pode não ter sido muito alta. Eu até gosto dos Sisters, gosto todos os álbuns que eles realizaram até então. Os álbuns de estúdio "First and Last and Always" e "Floodland", bem como o disco de colectânea de singles "Some Girls Wander By Mistake" são os discos que acompanho pela quantidade de vezes que ouço e que acabou por se tornar uma das minhas bandas favoritas no movimento rock gótico. Eles não sabem fazer maus discos. Diverti-me imenso ao ver o espectáculo. A voz do Andrew Eldtrich, aos 60 anos que anda sempre de óculos escuros, é inconfundível na maneira como ele canta. Então ouvimos logo a começar os acordes da canção "More", do álbum "Vision Thing", pois a versão ao vivo é quase curta em comparação com a versão de estúdio, já vi um grupo de fãs na plateia a usarem camisolas dos Sisters. Depois disso, as guitarras do Ben Christo ficaram muito abafadas quando tocaram as restantes canções desse álbum, ainda por cima o fumo evapora no palco e o uso de projecção das luzes quase escurece. Se calhar o Eldtrich andou a estragar a técnica. Deve ser por isso. A caixa de ritmos (ou seja, "Doktor Avalanche") por parte do operador Ravey Davey está sempre presente nesta memorável mas um bocadinho mediana actuação. A partir daí, nos temas "No Time To Cry", do "First and Last and Always", e "Alice", single que fez parte do "Some Girls Wander By Mistake", demonstram a melhoria técnica do som e da projecção da luz após o abafamento. De seguida, mais dois temas do "First and Last and Always", a faixa titulo e "Marian" foram os momentos positivos da noite que até fiquei rejubilado. Esse efeito tornou-se imprescindível e que mantiveram o balanço rendido para o público. O arranjo da "Marian" é diferente com uma tonalidade acima do normal, aqui em versão ao vivo encontra-se o lado mais virado para o rock pesado do que no estúdio. Outro momento muito bom desta actuação foi o sombrio e épico "Dominion / Mother Russia", tema relacionado com o desastre nuclear de Chernobyl, do álbum "Floodland". Aqui nos temas "Lucretia My Reflection", regresso a "Floodland", e "Vision Thing", os riffs musculados por parte do Ben eram tão intactos que até me arrepia e o resto da banda permanece também. A festa acaba com as últimas duas músicas absolutamente gloriosas "Temple Of Love" e "This Corrosion", apesar de ambas as versões serem curtas em comparação com as de estúdio. O concerto não foi dos melhores como esperava mas foi singular, muito bom e diverti-me imenso. Esperava mais.

Depois disso, eu e o meu pai fomos ao street food jantar. No segundo dia estava muita gente, tal como no dia anterior. Já vi várias pessoas a usarem camisolas dos Sisters e os outros, incluindo a malta da minha idade, a usarem camisolas dos Offspring. Por falar disso, antes do espectáculo, esperava que os Offspring tocassem várias cenas do álbum "Smash", de 1994. A tal cena pop punk, nunca fui adepto a esse tipo de música porque a maioria das bandas que eu ouvi desde a minha adolescência, neste caso algumas bandas desse tal movimento, soam demasiado whiny, manufacturada e nada que me cativa ao meu interesse. Mas as únicas excepções de bandas que acompanho, mesmo não sendo fã, são os Offspring e os Green Day.
E finalmente, em relação ao concerto dos The Offspring, que tocaram no palco EDP às 01h30m, só vi-os nos primeiros 35 minutos. Apesar de não ser fã destes fulanos, têm algumas músicas que eu gosto, tais como a "Come Out And Play", "Bad Habit", "The Kids Aren't Alright", "Self Esteem" e "Gotta Get Away", mas também têm algumas canções deles que eu não gosto, tais como a "Why Don't You Get A Job?" (uma espécie de cópia descarada ao "Ob-La-Di, Ob-La-Da" dos The Beatles) e a "Original Prankster". No espectáculo eles só tocaram temas antigos e mais um novo. Tocaram também algumas do "Americana" como a "Staring At The Sun" e a faixa título e mais uma cover dos AC/DC, "Whole Lotta Rosie". Diverti-me ao ver o espectáculo repleto de alegria. Depois disso eu e o meu pai tivemos que ir embora para não apanhar aquela confusão diabólica lá nos parques de estacionamento, ainda assim ouvi eles a tocarem a "Pretty Fly (For A White Guy)", por acaso tenho um guilty pleasure a essa música, e a "The Kids Aren't Alright". No entanto acabei por não ouvir o "Self Esteem" no encore porque já estava a ir embora.

DIA 3

No terceiro e último dia, fui ver o concerto dos Gang Of Four, que tocaram no palco MEO às 20h15m.  E infelizmente foi fraco devido à vários problemas com o som, que estragou quase toda a captação, pois na primeira parte não me correu como esperado, a guitarra do Andy Gill não estão bem afinadas, muito por culpa do problema com o Jack que não estava em condições quando arrancaram com a "Not Great Men". Ainda por cima o volume da voz do John Sterry, em substituição do Jon King, não se ouve muito bem e nem se percebe o que é que ele está a cantar. O slap bass do Thomas McNiece, em substituição do Dave Allen, tem potencial para atingir as notas certas mas não tanto como aquele antigo baixista. Mas o John Sterry obteve um coerente desempenho no papel de Jon King. O DIY do punk com elementos do funk, dub e música de dança e letras politizadas destes senhores estão bem presentes nesta actuação e que acabou por influenciar a vários músicos, nomeadamente a cena indie rock, graças ao histórico álbum "Entertainment!" de 1979. No momento positivo, após as falhas e problemas, a interpretação da fantástica "Damaged Goods", a partir daí começou a introduzir as melhorias do equipamento mantendo o público do Vilar algo pertinente. Houve também momentos em que as guitarras do Andy Gill ganharam a fortuna nos temas como "What We All Want", "Natural's Not In It", "At Home He's A Tourist" e a orelhuda "I Love A Man In A Uniform". A festa termina com a dançável "To Hell With Poverty!". O concerto poderia ser melhor se não fosse as falhas técnicas e desafinações de guitarras. Mas gostei apenas da segunda parte.

Em relação aos Linda Martini, que tocaram no palco EDP às 21h20m, foi bom. Na maneira como eles actuam no palco pareceu-me tão comunicativos como no Alive deste ano. "Amor Combate", "Unicórnio de Sta. Engrácia", "Boca De Sal" e no final "Cem Metros Sereia" foram os temas que se destacaram. Mas houve um momento de surpresa que manteve o público do Vilar de Mouros rendido que foi a interpretação do tema "Frágil" do Jorge Palma (e não, eles não tocaram a "Deixa-me Rir"). Gostei de ver.

Em relação aos Fischer-Z, que tocaram no palco MEO às 22h20m, foi bom. Já ouvi falar destes senhores apesar de não explorar os trabalhos que eles fizeram para além dos temas conhecidos como "So Long" e "Marliese", desde que não sou do meu tempo. Era o tempo dos meus pais. Eles são uma banda de pop rock e new wave e que estiveram sucesso em inícios de 80s. Eles estiveram bem dispostos na actuação. Houve um momento positivo em que eles tocaram as mais conhecidas, como mencionei anteriormente. Gostei de ver. Pareceram-me simpáticos, no que diz respeito a interacção com as audiências.

Depois disso, eu e o meu pai fomos ao street food jantar. Quanto aos Prophets of Rage, que tocaram no palco EDP às 23h30m, só apanhei os últimos 20 minutos. Pessoalmente, não faz sentido ver os supergrupos a interpretar temas de bandas originais. Não é a minha chávena de chá. Não faço ideia onde é que os ex-membros dos Rage Against The Machine (menos o Zack de La Rocha) meteram essa cabecinha maluca de se juntar os rappers (fulanos dos Public Enemy e dos Cypress Hill) para formar uma superbanda. As interpretações de canções de bandas originais, do que vi, pareceram-me fracas. As vozes dos fulanos dos Public não encaixaram bem neste tipo de música. A interpretação da "Killing In The Name" e "Bombtrack", originais dos Rage, não são más como pensava. Peço imensa desculpa mas o concerto deles não me encheu as medidas. Já vi piores, mas muito piores do que a actuação dos Prophets.

E finalmente o concerto dos Gogol Bordello, que tocaram no palco EDP às 01h00m, vi apenas os primeiros 45 minutos e aquilo foi uma plena loucura de todo tamanho. Os gypsy punks de Nova Iorque deram um fantástico concerto. Eles sabem demonstrar como fazer uma atitude rebelde para o público do Vilar de Mouros rendido ao seu dispor. Diverti-me bastante ao ver o concerto. Eugene Hutz e companhia conseguem manter a energia e o poder das canções, recheadas de diversão e de alegria. Temas como "I Would Never Wanna Be Young Again", "Immigrant Punk" e "Not A Crime" mantiveram a comunhão. É de partir a louça toda do principio ao fim. Infalível isto. Um grande final desta edição. Esperemos que voltem cá daqui a um ano.

Os concertos que gostei mais de ver são os Gogol Bordello, a Anna Calvi, os Manic Street Preachers, os Nitzer Ebb e os Clan of Xymox.
O cartaz desta edição foi muito bom, tal como no Alive.

E pronto, adeus e muito obrigado a todos.


Intro



The Wedding Present
  







Anna Calvi

   


 



Therapy?






Manic Street Preachers



(Richey Edwards on Screen)





The Cult
 







Clan Of Xymox
  

 
 

 
 


The House Of Love 






Nitzer Ebb




   



The Sisters Of Mercy




 





The Offspring








Gang Of Four



 

 
 



Linda Martini









Fischer-Z










Prophets Of Rage



Gogol Bordello








Outro
(Farewell and Goodnight)



Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

Setlists:


The Wedding Present: ????????
Anna Calvi: ????????
Therapy?: https://www.setlist.fm/setlist/therapy/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-739f1e4d.html
Manic Street Preachers: https://www.setlist.fm/setlist/manic-street-preachers/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-239f14c3.html
The Cult: https://www.setlist.fm/setlist/the-cult/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-4b9f0fa6.html
Clan Of Xymox: https://www.setlist.fm/setlist/clan-of-xymox/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-4b9f0fa2.html
The House Of Love: ????????
Nitzer Ebb: ????????
The Sisters Of Mercy: https://www.setlist.fm/setlist/the-sisters-of-mercy/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-339f101d.html
The Offspring: https://www.setlist.fm/setlist/the-offspring/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-639f229f.html
Gang Of Four: ????????
Linda Martini: https://www.setlist.fm/setlist/linda-martini/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-639f0eb3.html
Fischer-Z: ????????
Prophets Of Rage: https://www.setlist.fm/setlist/prophets-of-rage/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-6b9f0eb2.html
Gogol Bordello: https://www.setlist.fm/setlist/gogol-bordello/2019/vilar-de-mouros-caminha-portugal-439f7f03.html