sábado, 27 de abril de 2019

dEUS no Coliseu dos Recreios, Lisboa (24-04-2019)

No dia 24 de Abril de 2019, quase no dia da Revolução dos Cravos, fui ao Coliseu dos Recreios ver os belgas dEUS, a propósito da digressão da comemoração dos 20 anos do clássico álbum "The Ideal Crash".
Antes disso, estive a ver uma artista que eu desconhecia por completo e que se chama Trixie Whitley, que foi a primeira parte do concerto dos dEUS.
Uma artista, filha de Chris Whitley, nascida na Bélgica e recentemente emigrada em Nova Iorque nos EUA, toca blues rock com elementos pop soul. Trixie toca vários instrumentos, tais como as guitarras e as teclas acompanhada com o músico na bateria. Eu aprecio a versatilidade na abordagem das canções, bem como a voz tímbrica dela, pois o resultado final deixou-me muito a desejar. Não desgostei na maior parte delas, poderiam ser contagiantes se não fosse aquela ginástica vocal excessiva, o que me torce um bocado o nariz. E foi uma experiência fraca.
Mais tarde, após o "intervalo", os dEUS entraram em palco, à hora mágica, e deram um concerto magnífico e "ideal", tocando o álbum "The Ideal Crash" na integra. Iniciando uma avassaladora interpretação de "Put The Freaks Up Front", tema que abre o álbum. A guitarra distorcida, ruidosa e ao mesmo tempo melódica a cargo do Bruno de Groote, ou seja "Super Bruno" como dizia o líder carismático Tom Barman, soa mais estimulante do que é normal. Neste tema, a conjugação das vozes inconfundíveis do Tom, que também toca guitarra, e do Bruno, bem como os violinos desafinados e teclas sintetizadas a cargo do Klaas Janzoons, conseguem manter a energia em boa forma.
No Coliseu, houve também um grupo de bailarinos profissionais a subirem ao palco a dançar e a pular ao ritmo durante a performance e o público quase cheio ficou surpreendido.
A música dos dEUS é, a meu ver, algo difícil de distinguir do qual o estilo a que eles tocam, pode ser indie rock, pode ser punk ou até pode ser rock progressivo ou experimental (ou jazz). Apesar de não realizar mais um álbum desde 2012, os belgas tiveram cá várias vezes em Portugal, país, tal como na terra deles, por onde tiveram maior conhecimento, nos festivais e nas salas, nos anos anteriores e não tive oportunidade de os ver no Vilar de Mouros do ano passado. 
De seguida, as excelentes "Sister Dew", "One Advice, Space", ouvindo-se a delicadeza secção do piano de Klaas ao fazer lembrar os Radiohead, nos tempos do OK Computer, e "The Magic Hour" encontram-se o lado mais introspectivo e intimista das quais me fizeram arrepiar. O quinto tema, "The Ideal Crash", contêm os ritmos frenéticos em que o Stéphane representa.
No célebre tema "Instant Street" fiquei entusiasmado que o concerto irá ser espectacular, mesmo que começasse com as canções todas desse dito álbum, como está na setlist perfeita. As guitarras jangly do "super Bruno" e do Tom triunfantes demarcam-se pelo seu inicio calmo e acústico. A junção das vozes do Tom e do baterista Stéphane Missenghers conseguem soar exactamente como a "versão  original". No fim da música, com os bailarinos profissionais a regressarem ao palco, prossegue em crescendo até explodir num rock visceral e cada vez mais acelerado, os riffs dissonantes de guitarras que geravam todo um leque de texturas das camadas de distorção e de feedback, acompanhando os violinos distorcidos e teclados espaçosos do Klaas faz-me imaginar como se eu andasse nas ruas da cidade, como o titulo da música indica e vendo as pessoas a dançar semelhantes ao do videoclip oficial deste tema. Provavelmente, um dos melhores momentos da noite.
O Tom foi bastante comunicativo e super simpático no que diz respeito à interacção com as audiências do Coliseu, falou sobre a gravação do álbum que foi feito em dois países que são a Espanha, em Madrid, e no Reino Unido, em Londres. Também falou sobre o planeamento da realização de um documentário sobre os dEUS. 
Os restantes temas como "Magdalena", "Everybody's Weird" ou “Dream Sequence #1”, tema que fecha o álbum, foram também momentos primordiais durante o espectáculo.
No encore, depois de eles tocarem o "The Ideal Crash" na integra, os dEUS regressaram ao palco e tocaram dois temas, "Quatre Mains", tema spoken-word escrito em francês com um grupo de bailarinos, e o segredo bem guardado "Constant Now", retirados dos dois últimos álbuns, "Keep Your Close" de 2011 e "Following Sea" de 2012.
Depois disso, tocaram o bizarro "Fell Off The Floor Man", do álbum "In a Bar, Under The Sea", de 1996, e o dançável "The Architect", do álbum "Vantage Point", de 2008.
A festa encerra com a "Nothing Really Ends", do álbum "Pocket Revolution", de 2005, o momento mais tranquilo da noite arrebatando o público motivado e surpreendido. E foi uma pena de eles não tocarem a "Roses", mas para a próxima digressão, peço-lhes para tocar.
Portanto, foi uma noite soberba com muita coreografia à mistura. Na maneira como o Tom Barman, o Bruno de Groote, Klaas Janzoons e companhia actuam no palco foi altamente formidável.
E no entanto, foi um excelente concerto que vai ficar para a história.



Trixie Whitley



dEUS
 
       

 



  




Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/deus/2019/coliseu-de-lisboa-lisbon-portugal-3b934ca4.html

The Ideal Crash:
Put The Freaks Up Front
Sister Dew
One Advice, Space
The Magic Hour
The Ideal Crash
Instant Street
Magdalena
Everybody's Weird
Let's See Who Goes Down First
Dream Sequence #1

Encore:
Quatre Mains
Constant Now
Fell Off The Floor, Man
The Architect
Nothing Really Ends

terça-feira, 16 de abril de 2019

The Young Gods no Lisboa Ao Vivo, Lisboa (14-04-2019)

No dia 14 de Abril de 2019 fui à sala de espectáculos Lisboa Ao Vivo ver os suíços The Young Gods.
Conheci os Young Gods através do cartaz da 1ª edição do festival de música Super Bock Super Rock, de 1995, na Gare Marítimo de Alcântara. De nomes, estiveram lá os The Cure, The Jesus and Mary Chain, Morphine, GNR, Faith No More e, claro, os The Young Gods.
Antes disso, fui ver uma banda lisboeta chamada She Pleasures Herself, que foi a primeira parte do concerto dos The Young Gods. Nunca ouvi falar desses rapazes mas pareceram-me interessantes. Quando o guitarrista entra no palco, usava uma mascara parecida como o Bane, e eu julgava que fosse uma banda formada por membros que andam mascarados de personagens fictícias da banda desenhada da DC Comics, o que eu achava piada. A sonoridade dos She Pleasures Herself faz-me recordar os The Sisters Of Mercy dos tempos modernos com elementos electrónicos e de uma estética gótica e darkwave à anos 1980, como se tivéssemos a imaginar dentro de uma discoteca ao ouvir esse tipo de música onde as pessoas vestidas de roupas pretas estivessem a brincar com as próprias sombras. O vocalista que anda de óculos escuros, de roupa de cabedal e correntes, consegue ter um carisma a brava que me deixa agarrado a este concerto, a voz timbrica semelhante a de Andrew Eldritch está engraçada. No entanto, a teclista, o guitarrista e o baterista electrónico também estiveram bem dispostos no palco de Lisboa Ao Vivo subtil. E por isso foi uma surpresa para mim. Pode ser que eles voltem da próxima vez.

Quanto ao concerto dos The Young Gods foi substancial. O nome foi retirado de um EP dos Swans com o mesmo titulo, sendo notáveis as semelhanças a certos trabalhos dos Swans, tanto na diferença de ideias como na abordagem de canções ligadas ao movimento noise, rock industrial, música experimental ou concreta e por aí em diante.
O som do baixo e das guitarras era tudo feito em samples por parte do teclista e co-fundador Cesare Pizzi, o que eu acho impressionante. As canções eram escritas em língua inglesa e francesa. A voz rouca e grunhida do Franz Treichler transmite a fúria e a confiança e a bateria acústica do Bernard Trotin esteve muito bem nos palcos, mantendo o ritmo certo em várias canções.
No alinhamento principal, mal começou com os temas que fazem parte do novo álbum, "Data Mirage Tangram", editado este ano e desse álbum, encontra-se o lado mais ambiental com pitadas de psicadelismo e de electrónica e menos "rockalhado" do que os álbuns anteriores como "Only Heaven", de 1995, ou "T.V Sky", de 1992. O alinhamento acaba com a versão mais prolongada da "Envoyé", tema retirado do álbum de estreia homónimo em 1987. Nesta versão encontra-se o lado mais virado para as influências do techno hardcore e da musica rave, desde a repetição das secções de linhas de baixo e de guitarras sintetizadas.
Os três suíços conseguem ter uma performance memorável e na forma de interacção com o público é formidável.
Durante o primeiro encore, tocaram os temas conhecidos que se tornaram clássicos como "Kissing The Sun", "Gasoline Man" e "Skinflowers". Depois dos Young Gods terem saído do palco, houve muita gente no Lisboa Ao Vivo a gritar "só mais uma", para chamar a atenção que eles voltassem ao palco para tocar mais uma ou duas e eles aceitaram.
No segundo e último encore tocaram a versão experimental da "Did You Miss Me?",  que é uma cover da canção "Hello, Hello, I'm Back Again", original do Gary Glitter, e finalmente o ambiental "Everythem", que faz parte do novo álbum.
E pronto, o concerto foi excelente.


She Pleasures Herself

 


The Young Gods



 
(Touched by the hand of God)




Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias


Entre En Matière
Figure Sans Nom
Tear Up The Red Sky
All My Skin Standing
Moon Above
About Time
Envoyé
You Gave Me A Name

Encore:
Kissing The Sun
The Night Dance
Gasoline Man
Skinflowers

Encore 2: 
Did You Miss Me?
Everythem

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Peter Hook and The Light na Aula Magna, Lisboa (12-04-2019)

"Peter Hook a viajar no passado na Aula Magna"

No dia 12 de Abril de 2019, fui à Aula Magna ver o Peter Hook and The Light.
E a propósito desse concerto deles a interpretar temas do álbum de compilação de singles entitulado "Substance" tanto dos Joy Division como o dos New Order, foi uma expectativa que me contagiou e achei que a digressão irá ser sublime.
A minha introdução para os Joy Division/New Order foi através do "Substance". Apesar de não ser apreciador de compilações de singles ou greatest hits (ou best of's) como queiram chamar. Ambos esses álbuns estão repletos de singles perfeitos de sempre que não conseguimos apontar falhas. Desde a minha adolescência, os álbuns "Unknown Pleasures", "Closer" e "Substance 1977-1980" dos Joy Division, bem como "Power, Corruption & Lies", "Low-Life", "Substance 1987" e "The Best Of" dos New Order, a meu ver, foram a perfeita introdução das minhas descobertas musicais, também foram um dos discos que eu tenho acompanhado bastante e que me mudaram de vida por razões pessoais. E ao explorar a discografia toda em ambas as bandas para além desses, acabou por se tornar não uma, mas duas das minhas bandas de eleição, a par dos The Cure. 
Quanto aos Joy Division, eu imediatamente adoro a conjugação de guitarras arranhadas do Bernard Sumner, as linhas de baixo melódicas por parte do Peter Hook, secções rítmicas espectaculares do Stephen Morris com texturas sombrias, letras pessimistas, enigmáticas e urbano-depressivas, voz grave e danças epilépticas por parte do Ian Curtis.
Quanto aos New Order, também adoro a conjugação da sonoridade pós-punk, em comparação com os Joy Division, intercalada com texturas electrónicas influenciadas pela musica de dança.
De todo o espectro musical característico faz de ambas as bandas algo memoráveis e únicas, tanto na abordagem de escrita de canções como na abordagem de canções pós-punk, new wave, pop de guitarras e de sintetizadores ou até de electrónica, bem como na abordagem de capas dos álbuns, a cargo de Peter Saville, inspiradas pelo movimento das artes.
O baixista e vocalista Peter Hook fez parte dos Joy Division, activos de 1976 a 1980, e New Order, activos de 1980 em diante. Depois de ele abandonar os New Order em 2007, decidiu formar uma nova banda chamada Peter Hook and The Light, desde Maio de 2010, na mesma data que faz a comemoração dos 30 anos da morte de Ian Curtis, vocalista dos Joy Division, contando com os restantes membros da banda que são os seguintes: Jack Bates, o filho do Peter Hook, no baixo, Martin Rebelski nas teclas, Paul Kehoe na bateria e David Potts na guitarra e na voz, tendo como o principal objectivo de tocar as músicas dos Joy Division e dos New Order.
Eu lembro-me quando o Peter Hook e os The Light estiveram lá pela primeira vez em Lisboa desde 2011 ou 2012, salvo erro, a propósito da tour de eles a interpretar o álbum na integra dos Joy Division, que é o "Unknown Pleasures". E infelizmente não tive tempo de os ver.
Em relação ao concerto deles na Aula Magna foi altamente indestrutível e surpreendente sem nenhuma falha. Durante as performances, conseguiram interpretar os temas clássicos de ambas as bandas para o publico da Aula Magna e esse tal objectivo foi totalmente comprido. A voz do Hook é inconfundível e na forma como ele representa no palco pareceu-me comunicativo, demonstrando aquela postura à estrela de rock como principal papel. As linhas de baixo melódicas, tocadas com uma oitava acima do normal, soando a guitarra eléctrica tornaram-se o som característico da carreira do Hook e que acabou por influenciar a vários músicos, nomeadamente os baixistas, de uma determinada geração. 
No primeiro alinhamento do concerto, após os 10 minutos de atraso, era para ter sido às 21:00, Peter Hook and The Light subiram ao palco, cumprimentaram ao publico e tocaram temas dos New Order, começando com o "Regret", cujo tema que faz parte do álbum "Republic", de 1993. A conjugação da voz do Hook nos versos e a do Potts no refrão pareceu ideal, as guitarras ritmadas e da voz tenor por parte do David Potts soam identicamente semelhantes ao de Bernard Sumner. A segunda canção "Procession", single retirado em 1982, é melodica e belíssima fazendo a ponte entre a sonoridade pós-punk sombria dos Joy Division intercalando com a sonoridade pop dos New Order. E a partir daí tocaram o álbum de singles "Substance 1987", editados de 1981 a 1987, na integra, começando com o tema glorioso "Ceremony", a última canção composta pelos Joy Division, com as letras escritas pelo Ian Curtis antes de ele morrer, acontecido no dia 18 de Maio de 1980. Após a separação dos Joy Division, os músicos tinham feito uma promessa se algum elemento morresse os restantes seguiriam mudar o nome da banda e foi isso que Sumner, Hook e Morris fizeram e desde então passaram a ser os New Order. A próxima canção, "Everything's Gone Green", é uma espécie de lado híbrido entre o pós-punk e ritmos electrónicos dos quais me fizeram arrepiar. Mas com o "Temptation", é que me surpreende mais, pois o hit clássico pôs-me jovial, desde os solos de baixo incríveis por parte do Hook aos coros e os restantes membros dos The Light conseguem manter a energia das performances no bom sentido. O uso de caixa de ritmos e de sintetizadores ao som do histórico single "Blue Monday", a minha canção favorita de sempre, houve aí uma multidão da Aula Magna a ficar extasiada. Quanto a mim, fartei-me de dançar até aliviar o cansaço. Imperdível. De seguida, tocaram os restantes temas pop grandiosos desse mesmo álbum como "Confusion", "Thieves Like Us", "The Perfect Kiss" ou "Subculture". Para acabar o primeiro alinhamento, as últimas duas músicas, "Bizarre Love Triangle" e "True Faith", outro clássico intemporal, foram os pontos mais altos desta noite de uma forma avassaladora.
E no segundo alinhamento do concerto, após o intervalo prolongado, tocaram temas dos Joy Division, começando com o "Day Of The Lords" e "Shadowplay" que fazem parte do primeiro álbum "Unknown Pleasures", de 1979, bem como o "Colony" que faz parte do segundo e último álbum "Closer", de 1980. Depois disso, tocaram o álbum de singles "Substance 1977-1980", editados de 1977 a 1980, na integra, começando a partir do "Warsaw" e "Leaders of Men", dois temas muito próximas do punk do que os restantes. Passando pelos magistrais como "Digital", "Transmission" (com os gritos do Hook no último verso), "She's Lost Control" ou "Dead Souls". A festa acabou em grande com os dois singles que fizeram história "Atmosphere" (canção dedicada ao Ian Curtis) e claro, o clássico instantâneo "Love Will Tear Us Apart", uma das melhores canções alguma vez escritas, com o público todo a saltar e a cantar em plenos pulmões a parte do refrão. Simplesmente infalível e provavelmente o melhor momento desta setlist.
No fim do espectáculo, Peter Hook tira a t-shirt, atira-a para o público na plateia de frente e foi-se logo embora.
Posto isto, foi uma noite inesquecível, repleto de maior diversão e de animação. Como não sou maior adepto de banda de covers, este concerto do Peter Hook and The Light foi uma experiência emocionante. Um belo regresso ao passado. Quanto ao publico na Aula Magna, estavam lá dezenas de pessoas, na idade jovem e adulta, com T-shirts dos Joy Division a assistir o concerto. E pronto foi o melhor concerto do ano que eu assisti, senão o dos melhores, e que vai ficar na minha memória.


Peter Hook and The Light


 


   




Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias


Regret (New Order cover)
Procession (New Order cover)

Substance 1987:
Ceremony (New Order cover)
Everything's Gone Green (New Order cover)
Temptation (New Order cover)
Blue Monday (New Order cover)
Confusion (New Order cover)
Thieves Like Us (New Order cover)
The Perfect Kiss (New Order cover)
Sub-Culture (New Order cover)
Shellshock (New Order cover)
State Of The Nation (New Order cover)
Bizarre Love Triangle (New Order cover)
True Faith (New Order cover)

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Day Of The Lords (Joy Division cover)
Colony (Joy Division cover)
Shadowplay (Joy Division cover)

Substance 1977-1980:
Warsaw (Joy Division cover)
Leaders Of Men (Joy Division cover)
Digital (Joy Division cover)
Autosuggestion (Joy Division cover)
Transmission (Joy Division cover)
She's Lost Control (Joy Division cover)
Incubation (Joy Division cover)
Dead Souls (Joy Division cover)
Atmosphere (Joy Division cover)
Love Will Tear Us Apart (Joy Division cover)

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Alex Page no Auditório World Academy, Carnaxide (10-04-2019)

No dia 10 de Abril, fui ao Auditório World Academy ver os almadenses Alex Page
Não os conhecia muito bem mas pareceram-me simpáticos ao vivo. A minha descoberta dos Alex Page foi através de um amigo meu via Facebook a quem me introduziu. Esse amigo que me refiro chama-se Pedro Corte Real. Ele é músico, guitarrista e escritor de canções de uma banda pertencente ao movimento pós-punk chamada Lur Lur. Para além de ser músico, ele também escreve crónicas e artigos sobre os concertos que ele assistiu, das quais se encontram no site chamado Musica em DX.

Ao ver a actuação dos Alex Page, o vocalista Alexandre Matias, na sua forma de representar em palco, tem aquela postura muito fashion, o que eu acho piada aquilo. No palco, ele usava uma maquilhagem, chapéu preto, camisa preta, blue jeans e sapatos pretos. A sua voz androginia e dramática acompanhando a sonoridade experimental e avant-garde inspirado no movimento pop alternativo e chamber pop. Durante esse concerto, demonstram as imagens conceptuais relacionados com a critica social.
Temas como "Morphine", "Framed Pictures", ouvindo a voz de fundo a cargo do João Peste dos Pop Dell Arte, "Le Nuage" ou "Well, Well, Well", ouvindo a voz de fundo a cargo da Sofia Lisboa dos Silence 4, foram os highlights desta performance memorável. Apesar de eles terem feito um EP, editado em 2014, e um álbum de estúdio editado este ano, conseguem manter o público apreciado. E pronto, eu gostei de ver.


Alex Page



  





Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/alex-page/2019/world-academy-carnaxide-portugal-6b9336ba.html


Poema VIII (Intro)
Looking
Framed Pictures
Little Star
The Complex
Le Nuage
Black Grace
Morphine
Lót
Silva Haze
To Live My Life
Freeze
So Get Up, Atom Bride
Well, Well, Well

sábado, 6 de abril de 2019

James no Coliseu dos Recreios, Lisboa (04-04-2019)

No dia 4 de Abril de 2019, fui ao Coliseu dos Recreios ver os James.
Vi-os pela primeira vez em Lisboa no Rock In Rio de 2012, e achei uma maravilha e tinha muita expectativa de os ver outra vez ao vivo. 
Uma coisa que eu não sabia é que o concerto estava divido em duas partes: uma em formato acústico e a outra em formato eléctrico.
Em formato acústico, demonstra o lado mais introspectivo com temas pertencentes ao novo álbum "Living In Extraordinary Times", de 2018, dedicados à perda dos amigos do cantor e líder Tim Booth. A canção "Broken By The Hurt" é uma delas. Ouvindo as linhas de guitarras a fazer lembrar dos Red House Painters. Apesar de não explorar o suficiente os restantes álbuns que eles editaram para além do "Laid", de 1993 ou "The Best of James", de 1998, continuo a apreciar os James, bem como o projecto musical Booth and The Bad Angel, do Tim Booth e do compositor Angelo Badalamenti. Ainda no formato acústico tocaram as versões da "Sit Down" e "Just Like Fred Astaire".
Quanto ao formato eléctrico, o Tim e o resto da banda conseguem manter a energia e o poder das canções, recheadas de entusiasmo, de emoção e de alegria. Em termos de performance, o Tim, na forma de cantar e dançar, continua esquizofrénico no bom sentido. Aqueles stagedives, no meio do espectáculo, resultaram o ponto mais forte durante o concerto. Para além de tocar temas do novo álbum, ainda em formato eléctrico, passaram temas antigos como "Getting Away With It (All Messed Up)", "Come Home", "Born Of Frustration", "Sound" ou "Laid", dos quais foram um dos momentos mais positivos mantendo o público quase cheio do Coliseu algo arrepiado. 
Em termos de setlist estava porreira e a qualidade do som era infalível e não houve nenhum aspecto negativo que eu possa apontar.
E, pronto, foi um dos concertos que gostei de ver e que vai ficar na minha memória.


James





  




Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/james/2019/coliseu-dos-recreios-lisbon-portugal-5b93e3fc.html

Acoustic
Hello
Broken by the Hurt
All I'm Saying
Pressure's On
Sit Down
I Wanna Go Home
Just Like Fred Astaire

Electric
Hank
Extraordinary Times
What's It All About
Tomorrow
Dream Thrum
Five-O
Nothing But Love
Born Of Frustration
Heads
Stutter
Moving Car
Picture Of This Place
Getting Away With It (All Messed Up)
Leviathan
Sound

Encore:
Attention
Come Home
Many Faces
Laid