segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Iceage no Musicbox, Lisboa (27-10-2018)

No dia 27 de Outubro de 2018, fui à sala de espectáculos Musicbox, em Lisboa, ver os Iceage, da 12ª edição do festival Jameson Urban Routes com sessões partilhadas por músicos nacionais e internacionais.
Antes disso, estive a ver uma banda trio de punk rock vindos das Caldas da Rainha chamada Palmers, que foi a primeira parte do concerto dos dinamarqueses Iceage. No meio do espectáculo, tocaram uma canção chamada "Laura Palmer", fiquei impressionado e entusiasmado com o título que faz referência à personagem da série Twin Peaks. Pessoalmente gosto e sempre gostei de artistas que fazem referência a essa série TV que marcou a minha vida. Õs três rapazes conseguem manter a energia ao público mais honesto e vivo. E foi uma grande surpresa para mim. A minha revelação do ano. Esperemos que lançam o EP de estreia. 

Quanto aos Iceage, foi sublime. A sonoridade pós-punk dos Iceage torna-se energética e artística, com muito dramatismo e intensidade, tanto em ao vivo como no estúdio. O vocalista Ronnenfeit trazia o carisma, a fúria e o sentimento que até me arrepia por completo. Eles vão embeber influências dos The Birthday Party, de Nick Cave, e também brincavam com os The Fall, os Wire e por aí fora. O que eu acho emocionante. Os álbuns "New Brigade" (2011), "You're Nothing" (2013), "Plowing Into Field Of Love" (2014) e o mais recente "Beyondless" (2018), os Iceage demonstram a capacidade de fazer música com uma sonoridade peculiar. Com os primeiros dois álbuns mencionados foram buscar influência da sonoridade pós-hardcore enquanto os dois álbuns seguintes, os Iceage exploraram novos horizontes, desde a fusão jazz, punk blues e rock artístico, e não copiando do que tinha nascido nos dois álbuns anteriores. O alinhamento foi fantástico. Houve momentos altos em que tocaram quase todos os temas do quarto álbum "Beyondless", como "Hurrah", Pain Killer", "Under The Sun", "The Day The Music Dies" ou até mesmo "Catch It" e alguns temas antigos como "The Lord's Favourite" e "Morals", despertando o público rendido na Musicbox. Enfim, um em cada álbum, está tudo cheio de canções absolutamente memoráveis. 
O alinhamento terminou com "Plowing Into The Field of Love", cujo tema que faz parte do álbum anterior com o mesmo título.
E pronto, foi um concerto maravilhoso do principio ao fim e que vai ficar para a história. Pode ser que eles voltam para o próximo ano ou dois.

Palmers






Iceage








Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

Setlist:
Hurrah
Pain Killer
Under the Sun
Plead the Fifth
The Lord's Favorite
Thieves Like Us
Ball of gillead
The Day the Music Dies
Take It All
Beyondless
White Rune
Ecstacy
Morals
Power Ballad
Catch It

Encore:
Plowing Into The Fields Of Love

Protomartyr no Musicbox, Lisboa (12-04-2018)

No dia 12 de Abril de 2018, fui à sala de espectáculos Musicbox, em Lisboa, ver os Protomartyr.
Fiquei com uma grande expectativa de os ver ao vivo depois de eu descobrir, através da Internet, sobre as bandas novas (ou seja, dos 2010s) importantes dentro do movimento pós punk (no caso dos Protomartyr, Preoccupations, Iceage, Savages, Idles, The Horrors e por aí em diante) e de ouvir os álbuns como "Under Color of Official Right", "The Agent Intellect" e, nomeadamente "Relatives In Descent", tenha-se tornado uma das minhas bandas favoritas dentro desse movimento, a par dos Idles, Savages e Iceage.
No palco estava o líder e vocalista Joe Casey, Greg Ahee na guitarra, Alex Leonard na bateria e Scott Davidson no baixo.
O concerto foi espectacular. Eles conseguem manter o público na Musicbox mais vasto e rendido ao seu dispor. Em termos de performances, a fúria do pós-punk, o poder e o dramatismo das canções torna-se tão intensas tanto em ao vivo como no estúdio. As letras existencialistas por parte do Joe são abstractas. Aqui, ouvem-se as inspirações dos The Fall e dos The Birthday Party.
Houve momentos irrepreensíveis em que me surpreendi por completo a partir daí onde interpretaram os temas como "A Private Understanding", "Male Plague", "Corpses In Regalia", "I Forgive You", "Why Does It Shake?" e finalmente a "Scum, Rise!". Na maneira como o Joe Casey actua no palco esteve muito bem preparado, costumando beber a cerveja Sagres. 
E foi impressionante para mim. Muito bons. Espero que eles voltem para o próximo ano ou dois.

Protomartyr







Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/protomartyr/2018/musicbox-lisbon-portugal-6becfaaa.html

My Children
I Forgive You
Corpses in Regalia
Wait
You Always Win
Windsor Hum
I Stare at Floors
Up the Tower
Male Plague
What the Wall Said
The Devil in His Youth
3 Swallows
A Private Understanding
Here Is The Thing
Don't Go To Anacita
Come & See
Half Sister

Encore:
Why Does It Shake?
Scum, Rise!

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

The Soft Moon no RCA Club, em Lisboa (12-10-2018)

No dia 12 de Outubro de 2018, fui à sala de espectáculos RCA Club, em Lisboa, ver os The Soft Moon.
Antes disso, estive a ver uma banda que não os conhecia mas fiquei a conhecer, que são os Whispering Sons, que foi a primeira parte do concerto dos The Soft Moon e pareceram-me grandiosos. A sonoridade pós-punk destes rapazes torna-se algo atmosférica, dark e minimalista. A vocalista da banda tem uma voz grave e barítono muito semelhante à do Ian Curtis. O baterista com uma t-shirt dos Talk Talk, foi o destaque mais alto deste concerto.

Quanto aos The Soft Moon foi impressionante. Conheci estes rapazes porque eu sou muito fascinado pelo movimento Pós-Punk. A energia das músicas torna-se inigualável. O mentor da banda Luis Vasquez, como multi-instrumentista e vocalista, está cada vez mais energético em termos de performance, tanto em ao vivo como no estúdio. O lado sombrio do pós-punk, da darkwave e da música industrial será sempre bem-vindo. Aqueles sintetizadores atmosféricas, drum machines electrónicas, guitarras "rasgadas", recheadas de reverb e linhas de baixo sombrias. De facto, a combinação entre a escuridão, a fúria, o dramatismo e ritmos dançáveis torna-se algo peculiar. Os três primeiros álbuns ("The Soft Moon", "Zeros" e "Deeper") lançados entre 2010 a 2015, são um perfeito exemplar deste veículo. Apesar de não chegar a tempo de ouvir o novo álbum deles intitulado "Criminal", que editou este ano, houve momentos mais altos do concerto que foi as canções "Far", "Dead Love", "Circles", "Black" e a última música que eles tocaram "Want", com as congas e o caixote do lixo como instrumento de percussão, mantendo a comunicação com o público entusiasmado. No fim do concerto, eu estava na plateia de frente, os técnicos de som deram me uma setlist com as músicas que eles tocaram. E pronto foi um concerto inacreditável que vai ficar para a história.



Whispering Sons








The Soft Moon








Setlist


Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

Setlist:
Deeper
Circles
Burn
Insides
Choke
Dead Love
Like A Father
Total Decay
Far
Young
Wrong
Parallels
Give Something
The Pain
Die Life
Black
Want

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Mercury Rev no Lux Frágil, em Lisboa (27-09-2018)

No dia 27 de Setembro de 2018, fui à sala de espectáculos Lux Frágil, em Lisboa, a ver os Mercury Rev.
Nunca tinha ido ao Lux Frágil nos anos anteriores, mas antes de eu comprar o bilhete, reparei na agenda, e ao olhar para os artistas que vão estar na Lux, entre elas estavam os Mercury Rev, que irão estar no dia 27 de Setembro no Lux e que vão fazer uma digressão dos 20 anos do histórico álbum "Deserter's Songs". Tinha uma grande expectativa de os ver ao vivo e achei que a digressão irá ser emocionante.
Quanto ao concerto, pareceu-me incríveis. A energia e o poder das performances continua a evoluir, o dramatismo e a emoção das canções tornam-se peculiares. Houve excelente interacção com o público,  em que o Jonathan falou da história sobre o "Deserter's Songs", sucessor do fracasso sucesso comercial, quase ignorado pelo público e adorado pelos próprios Mercury Rev, do álbum anterior "See You On The Other Side", editado em 1995, devido uma ascensão de "nuvens completamente negras à semelhança dos filmes sci-fi maus com Nicolas Cage", chamada "sucesso de Britpop". Também falou sobre a colaboração com os Chemical Brothers, no álbum de 1997 "Dig Your Own Hole". Houve momentos altos deste concerto que foi a interpretação do tema "Holes", tema de abertura do "Deserter's Songs", com os solos do trompete tocados pelo baixista ou "Endlessly" com os solos da flauta tocado pelo teclista, ou os solos da caixa de música do tema "Tonite It Shows", ou a versão prolongada do "Opus 40" acompanhado com o percussionista quase no fim da música ou até mesmo a versão do tema "Here", original dos Pavement, que faz parte do álbum "Slanted and Enchanted", de 1991. A última música que eles tocaram, cujo tema que inicialmente era suposto incluir nesse álbum mas depois acabou por ser incluído no álbum seguinte "All Is Dream", foi "The Dark Is Rising" com um grande final das guitarras rugidas recheadas de distorção e de reverb.
E esse objectivo foi cumprido. E pronto, e foi um concerto estrondoso do principio ao fim.



Mercury Rev:













Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias


The Funny Bird
Tonite It Shows
I Collect Coins
Hudson Line
Here (Pavement cover)
Endlessly 
Delta Sun Bottleneck Stomp 
Goddess on a Highway 
Holes 
Opus 40
The Dark Is Rising