quinta-feira, 28 de novembro de 2019

The Waterboys no Campo Pequeno, Lisboa (27-11-2019)

"I wish I was a fisherman"

No dia 27 de Novembro de 2019 fui ao Campo Pequeno, em Lisboa, ver os The Waterboys.
A banda liderada por escocês Mike Scott associou a uma exploração de variedade de estilos com os seus trabalhos essenciais e intemporais desenvolvidos nos anos 1980s (apenas nessa época em que tiveram um sucesso comercial) como "This Is The Sea" e "Fisherman's Blues". Não só pela alegria e rejubilante das músicas mas também tem muita poesia, literária e espiritualidade por parte das letras. O chamado termo "The Big Music", refere-se a aliança celta do surgimento de bandas pós-punk de inicio até meados desta década que se tornaram numa sonoridade antémica e emotiva desde os Simple Minds, U2 e por aí em diante. Os Waterboys revisitaram numa fusão entre o pós-punk, rock de estádio, produção sonora do género "wall of sound" e claro música folk/celta (ou se quiser chamar música tradicional irlandesa e escocesa) ao longo dos anos desde a formação. Apesar de não explorar os restantes trabalhos que vem seguir ao "Room To Roam", de 1990, eles continuam a fazer música com convicção. Quanto a mim, eles são quase semelhantes aos U2 mas só que não atingiram muita popularidade. Naquele momento que ouço as músicas deles, posso então imaginar de dar uma espetadela a paisagem rural esverdeada em terras altas da Escócia ou beber um scotch, dependendo do meu estado de espirito.
Lembro-me quando vieram cá pela última vez no Vilar de Mouros 2016 e não tive oportunidade de os ver devido aos meus compromissos. Como a minha expectativa elevada, decidi ver os The Waterboys no Campo Pequeno, a propósito da digressão do último álbum "Where The Action Is", editado este ano, do qual não cheguei a tempo de ouvir.
No palco estava o líder Mike Scott (voz, guitarra e piano), os quatro músicos irlandeses Steve Wickham (violino e guitarra), Aongus Ralston (baixo), Zeenie Summers e Jess Kav (segundas vozes), mais o músico vindo de Memphis, EUA, chamado Brother Paul Brown (teclas) e o inglês Ralph Salmins (bateria).
Em relação concerto foi totalmente majestoso. Mike Scott, com o seu vestido de chapéu de cowboy, óculos, blue jeans, camisola preta e blusão de ganga, uma espécie de cruzamento entre Van Morrison, Bob Dylan e Bruce Springsteen, esteve muito bem comunicativo ao representar o palco para o público cheio no Campo Pequeno rendido ao seu dispor. O resto da banda ajudou também.
O espectáculo começou com o "When Ye Go Away", uma canção rock cheia de alma com aqueles enormes toques de música celta. Um momento emocionante da noite. Após o solo incrível e cristalino de violino de Steve Wickham, o público, como eu, ficou completamente eufórico ao som de "Fisherman's Blues". Outro momento perfeito que nos façam arrepiar por completo. E a nível de coerência transmite às nossas ambições. Desde os belos solos de Wickham até à voz e guitarra fulgurante do Mike Scott. As influências da música celta estiveram bem presentes durante a actuação. Mas já com a frenética "Medicine Bow", os Waterboys continuam a manter a energia e o poder às canções, intercalando os lados mais rock e outros mais celta. Esses elementos evoluíram de uma forma exemplar. De seguida, pouco tempo depois, a nova música "Where The Action Is" não foi assim tão mau como pensava mas por acaso não desgostei, nada comparada com as obras primas da banda como "This Is The Sea". Por falar nisso, a canção desse álbum mencionado, "Old England", encontra-se o lado mais intimista da banda, com o Scott no piano, representando o sombrio e negro retrato sobre a pobreza da Inglaterra na época da Thatcher (fraternidade, vícios de droga, violência policial, e assim por diante). O teclista Brother Paul Brown, fã dos Kiss, tirando o casaco, demonstra os improvisos estrondosos no tema "Nashville, Tennessee" despertando as mentes das audiências super admiradas. Mas no momento infalível, para mim, em que tocaram a belíssima "This Is The Sea", com um arranjo diferente do que a versão original encontrada no álbum "This Is The Sea", fiquei surpreendido pelas performances do Mike Scott e companhia durante o espectáculo. A determinada altura, ficamos extasiados aos solos de Keytar explosivos e super fabulosos de Brother Paul Brown no bluesy heavy rock "Rosalind (You Married The Wrong Guy)", ele consegue solar e "shreddar" de uma maneira concisa no que diz respeito ao virtuosismo. Provavelmente, um dos aspectos positivos da festa que não conseguimos apontar falhas. No entanto, tivemos o direito aos solos de bateria de Ralph Salmins, como homenagem ao baterista Ginger Baker (da banda ligada ao movimento rock psicadélico dos anos 1960s, Cream) que morreu este ano, que tem como titulo "Blues For Baker". A seguir, tivemos o tema prolongado "We Will Not Be Lovers", outra pérola que podemos então encaixar os soberbos solos de violinos de Steve Wickham, bem como as guitarras fluidas de Mike Scott e as teclas do mago Paul Brown. Esses efeitos tiveram muito bem conseguidos que deram uma calorosa recepção ao público. Mais tarde, antes do fim do concerto, o Scott e o Wickham estavam sozinhos a interpretar a pérola "The Pan Within", outro momento perfeito que me deu arrepios. Depois disso, os restantes membros subiram ao palco e interpretaram a indelével "The Whole Of The Moon", com uma secção arrepiante ao piano por parte do Scott, bem como os solos funkalhados do baixo de Aongus Ralston no meio. Esses elementos mantiveram a alegria para uma multidão no Campo Pequeno.
No encore, regressaram ao palco com a outra pérola "A Girl Called Johnny" (uma espécie de tributo a cantora, escritora e poeta Patti Smith), com uns toques magníficos do piano do Mike Scott, outra vez. Depois do Scott tirar o blusão de ganga, mostrando uma camisola preta que contem uma frase "On The Road Again" (referenciando ao tema do cantor e escritor de canções ligado ao movimento country, Willie Nelson), e vestir o casaco longo de uma forma extravagante, a festa encerrou em grande espalhada por todo o público à versão de "Purple Rain", do saudoso Prince, como homenagem, que nos deixou há aproximadamente 3 anos (2016, o pior ano das nossas vidas), cantando em plenos pulmões. Provavelmente um dos inesquecíveis e melhores momentos da noite, senão um dos melhores. A verdadeira cereja no topo do bolo do Campo Pequeno.
E portanto, eles deram um concerto magistral, singular, divinal e esplendoroso. Foi uma experiência avassaladora que mantiveram a interacção com o público totalmente irrepreensível com carinho e honesto. O público, como eu, ficou adorado ao ver a actuação dos The Waterboys. Isso é que foi uma grande festa cheia de diversão e de alegria.


The Waterboys












Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/the-waterboys/2019/campo-pequeno-lisbon-portugal-339a2c21.html

When Ye Go Away
The Four Ages Of Man (William Butler Yeats cover)
Fisherman's Blues
Medicine Bow
Ladbroke Grove Symphony
Where The Action Is
Old England
Still A Freak
Nashville, Tennessee
This Is The Sea
Rosalind (You Married The Wrong Guy)
Blues For Baker
We Will Not Be Lovers
If The Answer Is Yeah
Morning Came Too Soon
The Pan Within
The Whole Of The Moon

Encore:
A Girl Called Johnny
Purple Rain (Prince cover)

domingo, 24 de novembro de 2019

The Legendary Tigerman e Maria de Medeiros no São Luiz Teatro Municipal, Lisboa (23-11-2019)

No dia 23 de Novembro de 2019, fui ao Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa, ver o The Legendary Tiger Man.
Vi-o pela primeira vez no Optimus Alive 2013, em Algés, no mesmo dia onde tocaram os Depeche Mode, e foi impressionante. O multi-facetado cantor e escritor de canções Paulo Furtado, ou seja o The Legendary Tigerman, demonstra a capacidade de tocar vários instrumentos para além da guitarra, ele tem todos os talentos possíveis como one-man band. Para além de ser fundador dos Wraygunn e dos Tédio Boys, ele criou álbuns sensacionais como "Fuck Christmas, I Got The Blues", "Femina" e o meu favorito "Misfit", editado no ano passado. As músicas dele são mais virados para o rock de garagem mais intensivo com pitadas de blues e do rockabilly. Ele tem estilo e carisma formidável, dos quais me façam arrepiar. 
Mais tarde, ao reparar os nomes que vão estar na comemoração dos 10 anos do Misty Fest, o The Legendary Tigerman e Maria de Medeiros (para além de ser actriz que entrou nos filmes como "Pulp Fiction" de Quentin Tarantino, ela também canta) foi um dos momentos que mais esperava, porque eu gosto de ambos e então decidi os ver.
O encontro de Maria de Medeiros e Paulo Furtado tem-se rodado nos últimos 10 anos desde o "Femina", álbum feito com participações femininas, entre elas estava a Maria de Medeiros, que cantou a "These Boots Are Made For Walking", escrita pelo Lee Hazlewood e interpretada pela Nancy Sinatra.
No palco estava o Paulo Furtado (na voz e guitarra), Maria de Medeiros (na voz), Paulo Segadães (na bateria), João Cabrita (no saxofone) e Filipe Rocha (no baixo).
Em relação ao concerto gostei de ver, e estiveram muito bem dispostos às actuações. A sua interacção com o público foi muito competente e tivemos o direito às versões de "Rumble", original do guitarrista ligado ao movimento rockabilly Link Wray, os temas "Tango Till They Sore" e "Jockey Full Of Bourbon" do Tom Waits, "24 Mila Baci" do Adriano Celentano ou a "Rock Around The Bunker" do Serge Gainsbourg. Esses, juntamente com a belíssima interpretação da "Shadow Girl" tema original do Legendary Tigerman e Maria de Medeiros foram as mais memoráveis durante a noite. Mas o momento mais alto para mim foi a maravilhosa versão da "These Boots Are Made For Walking", bem como o poema escrito pelo próprio The Legendary Tigerman, "Amor Quântico", nos encores. Esses efeitos mantiveram a rendição para o grande público mais charmoso com convicção.  
E portanto, deram um espectáculo singular, gostei também da forma como eles representam no palco com carinho e delicadeza. E foi uma experiência emocionante e única que não há grande coisa a acrescentar. 


The Legendary Tigerman e Maria De Medeiros

  






Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: ????????????????????????????

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

X-Wife no MusicBox, Lisboa (14-11-2019)

No dia 14 de Novembro de 2019, fui ao Musicbox, em Lisboa, a ver os portuenses X-Wife. A banda composta por um trio, João Vieira na voz e guitarra, Fernando Sousa no baixo e Rui Maia nos teclados e nas drum machines.
Os X-Wife é uma das bandas que acompanho até agora. O "Feeding The Machine" foi um dos primeiros álbuns que ouvi e descobri deles e fiquei impressionado. Os dois álbuns seguintes "Side Effects" e o "Are You Ready For The Blackout?" também valeram a pena ouvir.
Os X-Wife faz-me remeter daquela sonoridade em que mistura o indie rock incorporando tendências  do pós-punk e da electrónica, de meados até finais de 2000s, à semelhança dos The Rapture. 
E a propósito da comemoração dos 15 anos do disco de estreia "Feeding The Machine", decidi ver os X-Wife a interpretar a esse álbum na integra na MusicBox.
No entanto, revivendo o passado, o espectáculo começou com a apresentação dos temas do "Feeding The Machine". E ouvimos os três primeiros temas muito bem conseguidos como "New Old City", "Eno" e a energética "Fall", dos quais se despertaram o público animado no Musicbox. Houve aí um fulano que anda com o sapo cocas na mão a perguntar ao João Vieira (o líder da banda) "Onde é que arranjaste tanto estilo?", e respondeu-lhe "Foi lá na feira", ou qualquer coisa assim.
De seguida, as canções "Action Plan" e "The Sound Of You" continuaram a dimensionar os sons do rock agradáveis para o público quase cheio. Mas o efeito super positivo que me transcende foi a cativante "Rockin' Rio", que como o título indica, nunca actuaram no Rock In Rio, na altura do lançamento ainda não existia o festival em Portugal. Pouco tempo depois, já antes do concerto acabar, a "Taking Control" foi também um dos outros momentos belos que me chamou a atenção.
No encore, voltaram ao palco com a fabulosa interpretação do "Transmission", dos Joy Division, e a outra energética "Turn It Up", do segundo álbum "Side Effects".
E portanto, este foi um concerto que mais esperei e foi muito singular para o público carinhoso. A interacção com o público foi muito comunicativo. Na maneira como o João Vieira, Fernando Sousa e Rui Maia representam no palco foi intimista.  

X-Wife



  





Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist:

New Old City
Eno
Fall
Second Best
Action Plan
Clinic
The Sound Of You
Rockin' Rio
Outside
We Are
Taking Control

Encore:
Transmission (Joy Division cover)
Turn It Up

domingo, 10 de novembro de 2019

Godspeed You! Black Emperor no Lisboa Ao Vivo, Lisboa (09-11-2019)

"A noite dos drones apocalípticos"

No dia 9 de Novembro de 2019, fui ao Lisboa Ao Vivo ver os Godspeed You! Black Emperor.
O movimento pós-rock tenha-se desenvolvido produtivamente ao longo do tempo, significando aos vários ouvintes de usar a imaginação, sentir as suas experiências e transmitir as suas sensações. A sonoridade pós-rock parece algo cinemática em toda a natureza. O uso de instrumentos como a guitarra e a bateria, em termos de composição é mais focada na obtenção de texturas, dinâmicas e ambientes na sua forma mais clássica.
Os progenitores Talk Talk, que no inicio de carreira começaram com a new wave nos 1980s, e que anos mais tarde, nunca mais fizeram espectáculos ao vivo e decidiram mudar de caminhos diferentes, durante as gravações nos dois últimos álbuns, lançados entre finais de 1980s e inicio de 1990s antes do fim da banda. As músicas nasceram de horas de improviso, coladas mais tarde usando os equipamentos digitais e o produto final é uma mistura de rock, música clássica, música ambiente, jazz e avant-garde com canções compridas, e que lançou uma semente do sub-género do rock alternativo que se veio a designar de "pós-rock". Esses dois últimos álbuns ("Spirit Of Eden" e "Laughing Stock") não atingiram nenhum sucesso quando saem e que mais tarde acabaram de ser tornar um enorme sucesso de culto e que se inspirou inúmeras bandas como Mogwai, Radiohead (na fase Kid A/Amnesiac), Sigur Rós, Tortoise, Explosions In The Sky, Bark Psychosis (com o facto do crítico de música Simon Reynolds ter usado a esse termo em relação ao álbum "Hex" de 1994) e claro os Godspeed You Black Emperor. A outra banda mais importante desse movimento, os Slint, no seu último álbum "Spiderland", lançado em inicio de 1990s (na mesma altura do lançamento do "Laughing Stock" dos Talk Talk), é mais focado no breve silêncio, nas mudanças de volume, do tempo e das estruturas, incorporando influências do pós-hardcore. Mas voltando ao assunto mais importante.
Os Godspeed, a par dos Sigur Rós e da fase final dos Talk Talk, foram uma das primeiras bandas que me introduziram a esse movimento que desconhecia. O que é que gosto mais das músicas dos Godspeed são a estrutura de canções compridas como se tratassem de pequenas sinfonias, os field recordings, os samples, a construção dos drones de guitarras, o crescendo prolongado das dinâmicas, a mentalidade do noise rock, do punk e da música ambiental, os violinos orquestrais, as camadas de texturas e, claro, os reverbs para dar uma atmosfera concisa. Para além de ser fã dos Godspeed You Black Emperor, também gosto do projecto musical do mentor dos Godspeed, Efrim Manuel Menuck, os A Silver Mt. Zion (ou posso então chamar Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra).
Com as obras intemporais e sensacionais "F# A# ♾" (1997), "Slow Riot For Zero Kanada EP" (1999), "Lift Your Skinny Fists Like Antennas To Heaven" (2000), "Yanqui U.X.O" (2002) e o regressado "Allelujah! Don't Bend! Ascend!" (2012), os Godspeed You Black Emperor exploram ideias diferentes do que os restantes contemporâneos mencionados. Os samples de vozes, os crescendos de instrumentos em termos de intensidade, field recordings, texturas, noisedrones, experimentações sónicas, segmentos de peças musicais (que nasciam de uma banda sonora para o fim do mundo) e as mensagens muito politizadas, apocalípticas e de criticas sociais nos títulos das canções e nas capas com uma estética "punk". Estes elementos estão muito bem presentes no seu equipamento. Há algum critico de música que eu vi em qualquer site no review do álbum "Lift Your Skinny Fists..." que comparou os Godspeed com uma banda chamada os Swans, na fase "Soundtracks For The Blind", e não refiro aquela fase dos estilos pós-punk, noise, rock gótico, neofolk e industrial deles. Quanto a mim, eu não acho que os Godspeed soassem a Swans, eles incorporam as influências dos Swans para uma sonoridade algo completamente ambiciosa sem copiar ao que Swans tinham nascido no álbum "Soundtracks For The Blind", cada um tem um estilo diferente do que é habitual.
Lembro-me quando os Godspeed vieram cá pela última vez no NOS Primavera Sound 2014 e não tive oportunidade de os ver, porque tocaram à mesma hora da actuação dos Pixies em diferentes palcos. O álbum mais recente editado em 2017, "Luciferian Towers", embora não sendo tão majestoso como os primeiros quatro álbuns e um EP, os Godspeed conseguiram compor peças musicais com clareza em termos de texturas e de dinâmicas e pareceu-me muito melhor do que o anterior "Asunder, Sweet and Other Distress", do qual achei um bocadinho decepcionante devido à secção dos drones inacabada no meio, e por isso é que eles irão apresentar alguns dos temas do "Luciferian Towers" ao vivo. E então, com uma expectativa muito elevada, decidi ver os Godspeed no Lisboa Ao Vivo.
Mas antes disso, estive a ver uma banda chamada Light Conductor, que fizeram a primeira parte do concerto dos Godspeed.
Eu estava perto da porta de entrada quando os Light Conductor começaram às 20h30, pois houve uma enorme fila de espera. Quando entrei, já estava quase a acabar, só apanhei nos últimos 20 minutos. E foi pela primeira vez que os vi e gostei. As músicas deles servem para a construção dos drones prolongados nas teclas e nas guitarras em cada peça musical e só nos últimos 5 minutos de canção ouvem-se os ritmos electrónicos e da harmonia das vozes sussurradas com guitarras distorcidas por parte dos três membros da banda.
Quanto aos Godspeed You Black Emperor, que começaram às 21h30, nem consigo descrever os adjectivos de como me senti emocionado em que eles deram um concerto totalmente magistral no Lisboa Ao Vivo.
No palco estava o Efrim Manuel Menuck (na guitarra e nos tape recordings), Mauro Pezzente (no baixo), Mike Moya (na guitarra), Thierry Amar (no violoncelo e guitarra baixo), David Bryant (na guitarra e nos tape recordings), Sophie Trudeau (no violino), Aidan Girt (na bateria e percussão) e Timothy Herzog (na bateria e percussão). Acompanhando os dois realizadores (Karl Lemieux e Philippe Leonard) que fazem as projecções de imagens.
No entanto, acolhemos as secções emocionantes dos drones do violino e do violoncelo de Trudeau e Amar na primeira parte dramática e discreta do inédito "Hope" que me fazem antecipar do que vêm a seguir. Prosseguindo lentamente às guitarras cintilantes e tons fantasmagóricos que emocionam aos vários espectadores do que estão a sentir. E na segunda parte desta peça, a intensidade da dinâmica acrescenta progressivamente às camadas de texturas de instrumentos ao mais barulhento possível. Os Godspeed conseguem interligar as partes mais calmas com as partes mais barulhentas às dinâmicas por cada peça de uma forma mais detalhada. É como se tivéssemos a reparar os símbolos do tipo Yin e Yang, ou do tipo "luz e sombra". De seguida, "Bosses Hang", no "Luciferian Towers", interliga-se as três partes de um determinado suite, como os vários compositores de música erudita fazem. Vimos a cenografia de fundo das imagens de arranha céus em construção ao longo da música. Na primeira parte ouvimos o trio de guitarras fulgurantes do Menuck, do Bryant e do Moya, bem como na dinâmica secção rítmica fantástica do duo Girt e Herzog tocadas em compasso ternário. Na segunda parte, a intensidade muda-se para a parte mais calma, o uso de acordes bonitos de guitarras onde a melodia é dominante pela delicada secção de violinos da Trudeau. Na terceira a dinâmica e a tensão acrescenta encaixando os rasgos de guitarra, ritmos frenéticos e de violinos melódicos e no fim volta de onde foi iniciado, uma espécie de reprise da primeira parte. Um momento memorável do alinhamento. Outro tema inédito "Glacier", atinge-se o mesmo efeito do que a canção anterior mas de uma forma arrojada. Mas no verdadeiro momento imprescindível para mim foi a outra peça musical de três partes "Anthem For No State", no mesmo álbum mencionado, com uma introdução ambiental temperada de guitarras atmosféricas, cordas misteriosas e na última secção prolongada foi a melhor parte desta secção. Com aquelas belas cordas de violino, secções de guitarras, de bateria e de percussão extraordinárias tanto nas camadas de texturas como nas experimentações acompanhando as imagens de fundo de motins, manifestações e bombeiros voluntários a combater incêndios. De todos esses elementos fazem dos Godspeed um papel crucial da festa da noite. Outro inédito, "Cliff" é tão maravilhoso que me faz lembrar da sonoridade das obras intemporais ao que os Godspeed fizeram, acompanhando as imagens de fundo de corrupções políticas.
No fim do concerto, tocaram na integra o EP "Slow Riot For Zero Kanada", os dois mais prolongados "Moya" e "BBF3" (referência ao Blaise Bailey Finnegan III, que cantou com os Iron Maiden, num período incompreendido deles em finais de 1990s). A minha felicidade atingiu-me ao nível acima do normal durante a interpretação do tema "Moya", desde a secção fantasmagórica e belíssima de violinos e violoncelos a cargo de Trudeau e Amar na introdução. Passando pelos acordes cintilantes de guitarras e de xilofone de metal delicado. Prosseguindo às minhas partes mais favoritas de todo sempre com as melodias super memoráveis, ouvindo-se os belos riffs de guitarra e de violino, os crescendos, às camadas de texturas e a intensidade da música para dar a esse efeito dramático. Na última "BBF3" é uma espécie de continuação com o tema anterior mas ainda mais dramático, ouvindo o sample da voz do próprio Blaze Bailey a falar e demonstrando a cenografia de fundo das imagens de cocktails molotov, brutalidade policial e cidade em chamas. Na última secção, prossegue à mentalidade do punk e do noise rock com um fim muito, mas muito prolongado de rasgos de guitarras e de drones recheados de loops como se fosse símbolo do infinito. Isso faz sentido, a meu ver, porque é que chamaram o álbum de estreia "F# A# (infinity)". Ambos perfeitos momentos da noite com um valor atingido a 10 pontos espalhados por uma multidão cheia e completamente calorosa no Lisboa Ao Vivo.
No entanto, estiveram muito bem dispostos durante a apresentação no palco sem nenhuma falha e mantiveram a grande comunhão com o público.
São 7 músicas prolongadas no total de quase 2 horas, o resultado final alcançou o objectivo. E pronto, foi um concerto totalmente esplendoroso dos maiores génios do pós-rock. E a recepção do público, como eu, foi igualmente caloroso no Lisboa Ao Vivo. Espero que voltem daqui a um ano ou dois.
Godspeed You! Fellow People...


Light Conductor




Godspeed You! Black Emperor










Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/godspeed-you-black-emperor/2019/lisboa-ao-vivo-lisbon-portugal-639d56cb.html

Hope Drone
Bosses Hang
Glacier
Anthem For No State
Cliff
Moya
BBF3

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

The Divine Comedy na Aula Magna, Lisboa (07-11-2019)

No dia 7 de Novembro de 2019, fui à Aula Magna, ver os The Divine Comedy. E a propósito da festa de aniversário dos 49 anos do líder, mentor da banda e cantor irlandês Neil Hannon, fiquei com uma grande expectativa de ser no dia de actuação. 
Conheci os The Divine Comedy através da canção "Something For The Weekend", do álbum "Casanova", e que foi o primeiro disco que ouvi e fiquei acarinhado pela sonoridade que gravaram. A música deles é caracterizada pela sensibilidade pop barroca com os arranjos orquestrais luxuosos, majestosos e ao mesmo tempo requintados, não só fazendo referências musicais como Scott Walker (o que eu adoro, plenamente) ou Burt Bacharach, por exemplo, mas também pela ironia e pelo romantismo das letras, referências literárias e cinemáticas, que se revela uma enorme notoriedade por parte do veiculo conduzido por Neil Hannon. Na era da britpop, nos anos 1990, o Neil Hannon, por ser o único membro constante da banda, surge ali com toda a elegância, sem medo de usar o fato imaculado mas com uma imagem de boa dose de boémia. Para além de escrever e compor canções com os The Divine Comedy, ele também escreve temas para séries televisivas ligadas aos sitcoms britânicos. Ele tem muito bom sentido de humor em termos de personalidade. E ao ouvir alguns dos trabalhos deles como "Casanova", "A Short Album About Love", "Fin de Siècle" e "Absent Friends", tornaram-se uma das minhas bandas favoritas ao longo do tempo. E então decidi ver os The Divine Comedy na Aula Magna, a propósito da digressão do último álbum editado este ano, "Office Politics".
Mas antes disso, estive a ver os Man and The Echo, que foi a primeira parte do concerto dos The Divine Comedy.
Os Man and The Echo são uma banda nova de indie rock, vindos de Inglaterra, definindo a melodia das texturas, ritmos acelerados, letras engraçadas e sing-alongs mais poppy, híbridos de XTC, Blur e Franz Ferdinand, todo misturado. E foi pela primeira vez que vieram cá a actuar. Não conhecia muito bem estes fulanos mas gostei de ver e não foi assim nada de especial.
Quanto aos The Divine Comedy, foi divertido. Ele e a sua banda estiveram muito bem dispostos no palco e mantiveram a interacção com o público carinhoso e honesto. Aos 30 anos de carreira, eles continuam a fazer música com qualidade que não conseguimos apontar falhas, mesmo que o esquecido, maligno e ignorado disco de estreia de 1990 ser completamente diferente do que é habitual, cuja referência musical desse álbum é composta apenas à base de guitarras (apontado como uma cópia descarada dos R.E.M.) do que a languida pop orquestral com uma estética indie encontrados nos trabalhos seguintes. A discografia deles têm-se evoluído ao longo dos anos sem repetir demasiado a fórmula.
E então ouvimos as teclas dinâmicas da "Europop" logo a abrir. A sátira e o sentido de humor são obras de arte e que são bem apresentados nesta actuação. Pouco tempo depois, a multidão despertou a atenção nos momentos inesquecíveis como "Generation Sex", apresentando a qualidade pop desejável. Houve também a intercalação entre momentos mais alegres e os mais introspectivos como a emotiva "Commuter Love", outro momento perfeito para mim temperado de acordes de guitarras e de teclas soando como secção de cordas. Antes de começarem a interpretar a "Office Politics", do álbum conceptual com o mesmo nome que retrata sobre locais de trabalho e máquinas de papel, o que está representado a cenografia no palco (os ponteiros do relógio, o computador desktop e as duas portas (entrada e saída)), as audiências cantaram a "happy birthday to you" a Neil Hannon, que fez 49 anos. Houve também outros momentos que me façam arrepiar durante a interpretação dos temas "Becoming More Like Alfie" e "To The Rescue". Das quais têm recheadas de encanto e de romance devido aos arranjos suntuosos durante o espectáculo. Aparentemente, os Divine Comedy andaram numa dos Kraftwerk, pensei eu, durante a interpretação da outra nova "The Synthesizer Service Centre Super Summer Sale". Com aqueles sintetizadores sequenciais, vozes robóticas e tudo mais alguma coisa. Quanto a mim, aquele tema pareceu-me tão desfocado e incompreendido, não soando a Divine Comedy que muitas das pessoas sabem e conhecem nitidamente. E estava a achar estranho que o som da banda de Neil Hannon irá mudar de estilo futuramente. Já com a "Infernal Machines" e o tema título "Office Politics", demonstra o lado mais virado para as electrónicas e menos orquestral, cá para mim também não me encheram as medidas. Apesar do novo álbum não ser tão contagiante como nos anteriores, aqui em ao vivo instalaram-se definitivamente como esperava, apresentando temas como "You'll Never Work In This Town Again" e "Norman and Norma", das quais foram um dos únicos aspectos positivos. Mas o que me chamou mais atenção foi a partir dos momentos imprescindíveis onde tocaram a trilogia de canções dançáveis como "At The Indie Disco", "I Like" e a majestosa "National Express" espalhado por toda a multidão cheia dando o mote para a grande festa de aniversário na Aula Magna. E esses efeitos atingiram às expectativas que me façam alegrar para sempre. Já perto do fim, antes do encore, a belíssima "A Lady Of A Certain Age", acolhemos às secções triunfantes de duas teclas simulando o cravo (instrumento típico usado na época barroca) e de linhas de guitarras condutas por Hannon e companhia ao longo da música, ou o uso de simulação de secções de piano, do cravo, de sopros (oboés ou trompetes) e de cordas (violinos ou strings) esplendorosas na fantástica "Absent Friends".
Depois de encerrar a "When The Working Day Is Done", voltaram para um encore em formato acústico, após a saída do trabalho, com as pérolas "Your Daddy's Car", a delicada "Songs Of Love" e finalmente a outra majestosa "Tonight We Fly".
Diverti-me imenso ao ver o espectáculo. No entanto foi fantástico, mágico e singular concerto que deram na Aula Magna. Têm uma boa relação com o público. Isso é que era agradável. E espero que na próxima vez toquem a "Something For The Weekend", se faz favor. 


Man and The Echo


The Divine Comedy








Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

Europop
To Die A Virgin
Generation Sex
Commuter Love
Office Politics
Norman and Norma
Becoming More Like Alfie
To The Rescue
The Synthesizer Service Centre Super Summer Sale
Infernal Machines
You'll Never Work In This Town Again
I'm A Stranger Here
At The Indie Disco
I Like
National Express
Absolutely Obsolete
After The Lord Mayor's Show
A Lady Of A Certain Age
Absent Friends
When The Working Day Is Done
Your Daddy's Car
Songs Of Love
Tonight We Fly

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Weyes Blood no B.Leza Clube, Lisboa (06-11-2019)

No dia 6 de Novembro de 2019, fui ao B.Leza Clube, em Lisboa, a ver Weyes Blood.
Vi-a uma vez no Coliseu dos Recreios em 2017, que fez a primeira parte do concerto do Father John Misty (ex-membro dos Fleet Foxes) e fiquei acarinhado pela actuação ao que a compositora e cantautora representou sozinha no palco, na voz e guitarra acústica. Conheci a Natalie Merling, ou seja a Weyes Blood, na altura do lançamento do segundo álbum "Front Row Seat To Earth", editado em 2016, em que cruza os territórios da folk psicadélica encontrados no álbum de estreia "The Innocents" em 2014, utilizando o seu nome artístico "Weyes Blood", com algumas tendências da pop barroca. Ela tem uma voz serena, transcendental e única ao mesmo tempo com muita emoção e encanto, herdeira de Karen Carpenter e Carole King, um pouco de Joni Mitchell à mistura. A nível de poesia e da escrita de canções são muito peculiares. E ao ouvir o mais recente álbum editado este ano, "Titanic Rising", com uma produção cristalina e algo mais homogénea, tenha-se tornado um dos aspectos muito fortes da carreira bem como um dos meus favoritos deste ano. Este álbum tem canções absolutamente fantásticas tanto na escrita como na música, marcando um disco de transição da folk para uma estética mais pop barroca e artística à anos 1960s e 1970s. Então decidi ver-a outra vez, depois de namoriscar a esse álbum mencionado, a propósito da galeria Zé Dos Bois que apresenta uma série de concertos fora de portas para celebrar o 25º aniversário.
Mas antes disso, estive a ver a cantora e compositora Ana Roxanne, que faz a primeira parte dos concertos da Weyes Blood na digressão europeia intitulado "Something To Believe Tour", em suporte do álbum "Titanic Rising". E foi pela primeira vez que vem cá a apresentar ao vivo no B.Leza Clube. O estilo dela é mais ligado à musica ambiente e experimental constituído pela paisagem sonora onírica e arranjos de synth-pads atmosféricos e luxuosos. A sua voz etérea evoca-se o sentido de atmosfera, transmitindo a beleza orgânica. De um desses elementos são muito agradáveis de ouvir. A meu ver, as músicas dela são relaxantes, apontando os híbridos de Enya, um pouco de Brian Eno e a Grouper (pseudónimo de Liz Harris). O meu coração ficou extasiado pela interpretação do tema "The World Spins", da série "Twin Peaks". No entanto, a banda sonora dessa série composta por Angelo Badalamenti e interpretada pela Julee Cruise, foi a principal influência dela, tanto na paisagem sonora lynchiana como na música. E assim encerrou o concerto. Foi uma surpresa muito agradável.
Quanto ao concerto da Weyes Blood foi adorável. Ela conseguiu surpreender as actuações para o grande público e o sapo cocas também.
No palco estava a Weyes Blood (na voz, nas teclas ou no piano e na guitarra acústica). Na banda dela estava o Stephen Heath (na guitarra eléctrica), a Eliana Athayde (no baixo e voz de fundo), Kevin Yokota (na bateria) e Walt McClements (nas teclas).
No entanto, ouvimos a harmonia das vozes e das progressões de acordes com a "A Lot's Gonna Change", tema da abertura do "Titanic Rising", acolhendo às delicadas secções de piano e das teclas.  E ao sentir a essa música, faz-me querer imaginar se tivesse a afogar e nadar debaixo de água do mar após o grande navio ter abatido contra o icebergue. Uma delicada maneira de começar o espectáculo. De seguida, a outra belíssima "Used To Be", uma no "Front Row Seat To Earth", manteve-se a rendição do público cheio motivado no B.Leza Clube. Ao nível de talento da Natalie Merning tornou-se receptível. Tanto na interacção com o público como na sua própria personalidade. O resto da banda dela segurou também. Mas já com a gloriosa "Everyday", num regresso a "Titanic Rising", destaca-se o momento mais pop com qualidade, resultando de um determinado arrepio. O sentimento em mim permanece ao nível singular. A "Seven Words", mais outra no "Front Row Seat To Earth", encontra-se o lado mais calmo e mais introspectivo, e é uma canção bonita que me faça arrepiar por completo ouvindo os cintilantes solos de pedal steel de guitarras por parte do Stephen Heath e de orgãos do Walt McClements. Depois disso, a Weyes Blood comandou às audiências e disse "levantam-se as mãos se um de vocês acreditam que a aterragem à lua fosse filmada no estúdio pelo Stanley Kubrick". "Um de vocês andaram a ver videos no Youtube". Esse tipo de comentário ao que ela interagiu tornou-se cada vez humorístico, demasiado tongue in cheek. A determinada altura, no tema "Something To Believe", a actuação continua a evoluir às expectativas calorosas. Esses momentos de uma dessas canções conseguiram alcançar as nossas ambições. A intimista "Mirror Forever" foi um momento maravilhoso, destacado com uma imagem de fundo da água do mar ao longo da música, com um foco de luz azul dirigido pela voz da Natalie Mering. Logo de seguida, os solos esplendorosos de piano, bem como a conjugação da harmonia das vozes dirigidas pela Mering e da Eliana Athayde, desta vez nas teclas, no "Diary", despertaram-me a minha sensibilidade. Mas no verdadeiro aspecto positivo para mim, fiquei jubliado pela interpretação da "Picture Me Better", tema que fala sobre o suicídio de um amigo da Natalie Mering, no tempo das gravações do "Titanic Rising". Esta música há muita emoção com toques de melancolia e da tristeza que me leva as lágrimas nos olhos. E esse tal efeito característico resulta de uma forma ponderosa. Já perto do fim, antes de encerrar o concerto, a bela "Andromeda" (com os belos pedal steels de Heath), e a prolongada mas misteriosa "Movies" (ouvindo-se as linhas de sintetizadores fantásticos ao longo da música) fizeram-me arrepiar desde as primeiras audições.
No encore, ela e a sua banda voltaram ao palco para a interpretação contagiante de "Do You Need My Love". A maravilha rendição da "A Whiter Shade Of Pale", dos Procol Harum, atingiu a minha surpresa. E por último, a banda dela foi-se logo embora e a Weyes Blood interpretou sozinha no palco, apenas na voz e guitarra, com os temas que finalizam o espectáculo, as belíssimas "Bad Magic" (no álbum "The Innocents") e "In The Beginning".
E portanto, foi uma experiência divinal. A interacção com o público foi totalmente positivo. E que esplendor concerto que a Weyes Blood e a sua banda representaram ao vivo no palco. Relativamente triunfal.


Ana Roxanne




Weyes Blood












Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/weyes-blood/2019/bleza-lisbon-portugal-b9d5d3a.html

A Lot's Gonna Change
Used To Be
Everyday
Seven Words
Something To Believe
Mirror Forever
Diary
Picture Me Better
Wild Time
Andromeda
Movies

Encore:
Do You Need My Love
A Whiter Shade Of Pale (Procol Harum cover)
Bad Magic
In The Beginning