sábado, 1 de junho de 2019

Julia Holter no Capitólio, Lisboa (29-05-2019)

No dia 29 de Maio de 2019, fui ao Capitólio ver a Julia Holter.
Vi-a duas vezes, uma no NOS Primavera Sound no Porto em Junho de 2016, e a outra no Vodafone Mexefest 2017 em Lisboa. O do NOS Primavera Sound foi muito bom e o do Vodafone Mexefest 2017, em formato piano acústico a solo, não foi assim nada de especial.
Então eu decidi ver-a outra vez, a propósito da galeria ZDB (Zé Dos Bois) que apresenta uma série de concertos fora de portas para celebrar o 25º aniversário.
Estava ela como cantora, escritora de canções e teclista, e a sua banda de 5 músicos que são os seguintes: Sarah Belle Reid no trompete; Tashi Wada nos sintetizadores e gaita de foles; Dina Maccabee no violino, viola e voz; Andrew Jones no contrabaixo; Corey Fogel na bateria.
A pop onírica e barroca, tingida de experimentalismo dela consegue atingir de uma forma avassaladora nesta actuação, repleto de dramatismo, de beleza e de teatralidade. Para além de representar as músicas do novo álbum "Aviary", 5º de originais editado no ano passado, tocou algumas do álbum anterior "Have You In My Wilderness", em 2015. 
O espectáculo começa com a balada introspectiva "In Gardens' Muteness", ouvindo apenas a voz e teclas por parte da Julia. Depois, os restantes músicos entram no palco e improvisam a "Turn The Light On", tema que arranca o "Aviary", incorporando influências do noise e do free jazz, ouvem-se os acordes dissonantes de teclas e os drones de violino e trompete. A seguir a esse prossegue com "Whether", tema orgânico e melodioso ao contrário do tema anterior. Durante o concerto houve momentos altos que foram os temas "Silhouette", "Feel You", que para mim foi um momento bastante positivo, a arrebatadora versão da "Hello Stranger", original da Barbara Lewis, outro momento perfeito, "Chaitius" e "Words I Heard" apresentando para as audiências rendidas e ao mesmo tempo intercalando com os momentos mais intimistas.
O alinhamento original fecha com os dois temas que se destacaram, tais como a mística "Sea Calls Me Home" e a teatral "I Shall Love 2".
No encore, Julia e companhia regressaram ao palco para tocar dois temas, um que é uma espécie de versão original da "I Shall Love" entitulado exactamente, "I Shall Love 1" e o outro com uma estética mais próxima da prog pop "Betsy On The Roof".
Portanto, eu gostei do concerto, foi muito bom. É um concerto recheado de performances sofisticadas, bem como os arranjos elegantes e luxuosos, a voz etérea e delicada da Julia e letras poéticas. E o resultado final foi uma experiência muito agradável para mim. 


Julia Holter









Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

In Gardens' Muteness
Turn The Light On
Whether
Silhouette
Chaitius
Feel You
Voce Simul
Underneath The Moon
Colligere
Les Jeux To You
Hello Stranger (Barbara Lewis cover)
Words I Heard
Sea Calls Me Home
I Shall Love 2

Encore:
I Shall Love 1
Betsy On The Roof

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