terça-feira, 12 de junho de 2018

Roger Waters no Altice Arena, Lisboa (20-05-2018)

No dia 20 de Maio de 2018, estive no Altice Arena (antigamente chamava-se Pavilhão Atlântico, depois Meo Arena e agora Altice Arena) a ver o Roger Waters, ex-membro dos Pink Floyd, digressão Us + Them Tour.  
Os Pink Floyd são uma das bandas que me introduziram para à música em geral. Para além disso, como amante de música, desde a minha adolescência andava também numa dos U2, Nirvana, The Smashing Pumpkins, The Beatles, The Rolling Stones, Depeche Mode, Duran Duran, David Bowie, Prince, Roxy Music, The Cure, Lou Reed, Talking Heads, Tom Waits e The Doors, graças aos meus pais e os amigos do pai também. São tantos nomes que veio logo à minha cabeça, mas pronto.
Apesar de não ser grande adepto do movimento prog rock, os Pink Floyd é uma das únicas excepções que me acompanho, dependendo do meu estado de espirito. Antes da exploração dos restantes trabalhos que desenvolveram, os primeiros álbuns que eu ouvi foram o "The Dark Side Of The Moon", "Wish You Were Here", "Animals", "The Wall" e "Meddle" e que foram os grandes pontos altos de toda a carreira deles. Apesar do disco de colectânea "Echoes: The Best Of Pink Floyd" ser uma boa introdução, esse disco pareceu-me um pouco incompleto, faltava muita coisa para me encher as expectativas. Para além desses, a minha exploração da discografia da banda permaneceu como prometido, desde a fase inicial da era psicadélica através dos primeiros dois álbuns, outros pontos mais altos, "Piper At The Gates Of Dawn" e "A Saucerful Of Secrets", com o líder, consumidor de LSDs e "diamante louco" chamado Syd Barrett, desenvolvidos em finais da década de 1960s, passando a esses nomes mencionados desenvolvidos de toda a década de 1970s, representam de toda a estética dentro do prog, sem se esquecer as canções compridas em termos de textura e da dinâmica, álbuns conceptuais e letras filosóficas. Depois disso, Roger Waters decidiu abandonar os Floyd (activos desde 1965 a 1995 e reunidos de 2012 a 2014), após a realização do mal-entendido "The Final Cut", sucessor a "The Wall", devido a vários conflitos entre ele e o David Gilmour. Embora que os últimos álbuns, refiro apenas na fase pós-Waters, não estejam na mesma altura, eles têm a sua própria personalidade. Até o último álbum a sério "The Division Bell" tem a "High Hopes". E não, o incompreendido "The Endless River" não conta como o álbum de estúdio de originais mas sim, uma espécie de colecção de canções perdidas gravadas durante as sessões do "The Division Bell".

Em relação ao concerto do Roger Waters e a sua banda foi espectacular, as imagens estavam bem conseguidas, com ecrãs multi-dimensionais. Estava muita gente na plateia e na bancada e eu estava na bancada de trás com o meu pai e os amigos dele.
No palco, estava o Roger como vocalista e baixista, estava também Jonathan Wilson na guitarra, Jon Carin nas teclas, Dave Kilminster na voz e guitarra, Bo Koster (que vem dos My Morning Jacket) nas teclas e no órgão Hammond, Ian Ritchie no saxofone, Joey Waronker na bateria e Jess Wolfe/Holly Laessig nas background vocals
Contudo, Roger Waters e a sua banda conseguiram imortalizar os temas dos Pink Floyd, bem como a interpretação dos temas a solo do Waters, fazendo parte do seu último álbum "Is This the Life We Really Want?", que conta com a produção de Nigel Godrich, que colaborou inúmeras vezes com os Radiohead. Por essa multidão cheia rendida ao seu dispor, estiveram muito bem dispostos durante a representação.
O concerto arrancou com os temas da primeira parte do "The Dark Side Of The Moon", ouvindo a backing track do "Speak To Me", antes do Roger e a sua banda começar a tocar a partir da "Breathe", a única coisa que ficou a faltar foi a "On The Run", que vem a seguir a "Breathe", mas em vez disso tocaram a quase instrumental "One Of These Days", tema que arranca o álbum "Meddle", com o uso excessivo de delays dos solos estrondosos do baixo do Waters. Depois disso, mais temas da primeira parte do "TDSOTM", "Time/Breathe (Reprise)" e "The Great Gig In The Sky", com a Jess Wolfe e Holly Laessig a assumirem às vozes principais e obtiveram um bom desempenho no papel da Claire Terry, na maneira como a vocalista improvisa na versão de estúdio, daí é que me felicitei por toda a parte da actuação. O vocalista e guitarrista Dave Kilminster obteve um excelente desempenho no papel de David Gilmour e conseguiu soar e imitar na forma como ele actua no palco. E com esse efeito de um desses temas mencionados tornou-se algo característico. De seguida, o uso de soundcheck de efeitos sonoros no "Welcome To The Machine", do álbum "Wish You Were Here", surpreendi-me ainda mais desde os primeiros acordes de guitarras aos sons industrializados, até ao uivo dos solos prolongados e fantásticos de teclas por parte do Bo Koster, que também obteve um grande desempenho no papel de Richard Wright, conseguindo imitar na forma como ele actua no palco. Depois disso, com alguns dos temas a solo do Roger Waters como "Déjà Vu" e "The Last Refugee", que fazem parte do último álbum, o concerto ganhou-se a nova fortuna. Depois de terem terminado a sequência da trilogia de canções incríveis com a "Wish You Were Here" (com os solos de guitarras intemporais por parte do Dave Kilminster), "The Happiest Days Of Our Lives" e "Another Brick In The Wall" (partes 2 e 3) com um grupo de estudantes escolares como convidado especial a interpretar e a dançar para o público surpreendido, no primeiro alinhamento, não me apercebi que este concerto houvesse um intervalo de 40 e tal minutos. E durante esse intervalo, aparecem vários textos e imagens fortes de carácter político e sobre diferentes temas. 
No segundo alinhamento arranca com as duas mais prolongadas do álbum mais politizado dos Pink Floyd, "Animals", como "Dogs" e "Pigs (Three Different Ones)", aparecendo aquelas imagens satirizadas a esse determinado tópico. Mais à frente, o alinhamento acaba com a segunda parte do álbum "The Dark Side Of The Moon", começando com os temas "Money" (aqui podemos então encaixar os solos dinâmicos do saxofone do Ian Ritchie e do duo das guitarras do Jonathan Wilson e do Dave Kilminster) e "Us and Them", demonstrando várias imagens relacionadas com a política, com a economia e com as notícias de actualidade. A única coisa que ficou a faltar foi o instrumental, "Any Colour You Like", que vem a seguir a "Us and Them", mas em vez disso, tocaram o tema do Waters a solo "Smell The Roses", do último álbum "Is This the Life We Really Want?". Para terminar a sequência, este alinhamento acabou com a "Brain Damage / Eclipse", dois temas que fecham a segunda e a última parte do "TDSOTM", espalhando para o público rendido ao dispor. Aparecendo a pirâmide computorizada e o uso excessivo de projecção de luzes coloridas simulando a capa simbólica desse álbum mencionada.
Durante um encore grandioso, pouco tempo depois, o concerto terminou com a "Comfortambly Numb", com o público a cantar em plenos pulmões e acabando com os solos de guitarra estrondosos por parte do Wilson e do Kilminster. 
E portanto, eles deram um concerto fantástico, o público ficou muito entusiasmado, tal como eu. Foi muito político e imaginativo que vai ficar para a história. 


Roger Waters











Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias
Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/roger-waters/2018/altice-arena-lisbon-portugal-73edce61.html

SET 1
Speak To Me (Pink Floyd song)
Breathe (Pink Floyd song)
One Of These Days (Pink Floyd song)
Time (Pink Floyd song)
Breathe (Reprise) (Pink Floyd song)
The Great Gig In The Sky (Pink Floyd song)
Welcome To The Machine (Pink Floyd song)
Déjà Vú
The Last Refugee
Picture That
Wish You Were Here (Pink Floyd song)
The Happiest Days Of Our Lives (Pink Floyd song)
Another Brick In The Wall (Part 2) (Pink Floyd song)
Another Brick In The Wall (Part 3) (Pink Floyd song)

SET 2
Dogs (Pink Floyd song)
Pigs (Three Different Ones) (Pink Floyd song)
Money (Pink Floyd song)
Us and Them (Pink Floyd song)
Smell The Roses
Brain Damage (Pink Floyd song)
Eclipse (Pink Floyd song)

Encore:
Wait For Her
Oceans Apart
Part Of Me Died
Comfortably Numb (Pink Floyd song)

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