quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Idles no Lisboa Ao Vivo, Lisboa (27-11-2018)

"Punk's not dead"

No dia 27 de Novembro de 2018, fui à sala de espectáculos Lisboa Ao Vivo, ver os ingleses Idles.
Descobri os Idles através da internet, graças a "Brutalism", album de estreia editado em 2017, na lista dos melhores publicada pelo site da rateyourmusic. 
Como eles são de Bristol, a sonoridade deles é muito próxima do punk e do hardcore, que não é muito explorada de alguns dos artistas viradas para o estilo musical chamado trip hop
Antes disso, estive a ver uma banda constituída apenas por dois membros, um guitarrista e um baterista/vocalista chamados simplesmente JOHN, que fizeram a primeira parte dos Idles. Eles são uma espécie de Japandroids mas com uma atitude muito punk e agressiva. Gostei de ver ao vivo.
Quanto aos Idles, pareceram-me infalíveis. Na forma como eles representam no palco conseguem demonstrar como fazer uma atitude rebelde para o público do Lisboa Ao Vivo mais vasto. O neo-DIY do punk torna-se tão relevante e as letras politizadas, nomeadamente o Brexit e a imigração, e sobre a critica social estão presentes neste concerto. Houve muito crowdsurfing e moshpit no meio da plateia. 
Tocaram quase todos os temas do novo album "Joy As An Act of Resistance", a propósito da digressão desse album. Bem como a metade dos temas do álbum anterior "Brutalism". 
Temas como "Danny Nedelko", "Colossus", "Never Fight A Man With A Perm", "Rachel Khoo", "Mother" e "Well Done" foram um dos momentos mais altos nesta setlist perfeita.  
Outro momento mais alto é que o rapaz adolescente na plateia da frente do meio está a segurar o sapo cocas aos Idles, que vinha com a mochila às costas. Mais tarde, o guitarrista rítmico Lee Kiernan deu-lhe o sapo cocas para mostrar e cumprimentar ao público e pouco tempo depois, ele e o baterista Jon Beavis colocaram o sapo em cima do bombo da bateria. O vocalista Joe Talbot com uma t-shirt preta de CATS, estava cada vez animalesco e cheio de energia com muita convicção, o guitarrista principal e co-vocalista Mark Bowen, em tronco nu, com aquele bigode semelhante ao Captain Beefheart, pareceu-me ainda animalesco do que o Joe, no que diz respeito a performance.
Quando eles tocaram a canção "Exeter", estavam algumas groupies na plateia da frente a subir ao palco e a dançar e tocaram a versão "Jam Session" daquela dita canção, e a multidão ficou surpreendida. 
No fim do espectáculo, eles deram-lho de volta e tocaram a última música "Rottweiler", com uma extensão final de pedais de distorção e feedback com gritos de vozes a cargo apenas por Mark Bowen, que toca bateria por cima, e o baixista Adam Devonshire, depois do Jon, Joe e Lee saírem do palco. 
Portanto, foi, sem dúvida nenhuma, o melhor espectáculo ao vivo do ano. Arrebatador, sublime e brutal.


JOHN
(Two Johns Beat As One)




IDLES
 
(Here's looking at you, Kermit The Frog)













Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias

Colossus
Never Fight a Man With a Perm
Mother
Faith in the City
I'm Scum
Danny Nedelko
Divide & Conquer
1049 Gotho
Samaritans
Television
Great
Love Song
White Privilege
Gram Rock
Benzocaine
Exeter
Cry To Me (Solomon Burke cover)
Well Done
Rottweiler

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