terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Echo & The Bunnymen no Lisboa Ao Vivo (10-02-2019)

"Fate, up against your will"

No dia 10 de Fevereiro de 2019, fui à sala de espectáculos Lisboa ao Vivo, ver os Echo and The Bunnymen.
Tive uma enorme expectativa de os ver ao vivo, porque é uma das minhas bandas de eleição. Adoro os cinco primeiros álbuns que eles editaram na década de 1980, sobretudo a "Ocean Rain", que tem os temas conhecidos da banda, tais como "The Killing Moon" e "Seven Seas". 
Em relação ao concerto foi sublime, espectacular e estrondoso. A voz dramática e a poesia do líder carismático Ian McCulloch, bem como as linhas de guitarra melódicas e sumptuosas a cargo do Will Sergeant, as linhas de baixo cativantes de Les Pattinson e ritmos frenéticos do saudoso Pete De Freitas tornaram-se um som bastante característico da banda de culto que teve sucesso nos 1980s. 
O pós-punk atmosférico com pitadas do psicadelismo destes senhores tornou-se algo pertinente, único e original. Na forma como eles actuam no palco, conseguem revitalizar as canções dos clássicos álbuns como o dinâmico "Crocodiles", o atmosférico mas sombrio "Heaven Up Here", o arrojado "Porcupine" ou até mesmo o orquestral e nocturno "Ocean Rain", mantendo o público do Lisboa Ao Vivo rendido.
A cena pós-punk da cidade de Liverpool, na mesma terra onde formaram os Beatles, estava bem presente e mais produtiva na sua própria evolução.
No palco, estavam o Ian McCulloch, Will Sergeant, o baixista Stephan Brannan (em substituição a Les Pattinson, que fez parte da banda ao longo do tempo), o baterista Nicholas Kloroe (em substituição a Pete De Freitas, que fez parte da banda nos 1980s e que infelizmente morreu no acidente de mota) e o teclista de sessão Jez Wing.
O alinhamento começou com a "Going Up", tema que abre o "Crocodiles", com uma nota cativante. Passando pelo orgânico "Bedbugs and Ballyhoo" com os órgãos ao fazer lembrar os The Doors, a principal influência dos Echo. No momento em que tocaram a "Rescue", no regresso a "Crocodiles", fiquei apreciado com tudo que fizeram, a voz do Ian McCulloch e a magia das guitarras por parte do Will Sergeant estiveram bem preparados nesta actuação. A determinada altura, houve alguns momentos mais coerentes e ao mesmo tempo friorentos como "All My Colours" ou "Over The Wall", no "Heaven Up Here". O mais recente tema "The Somnambulist", do último álbum "The Stars, The Oceans & The Moon", não me encheu as medidas mas obteve uma boa instalação em versão ao vivo.
Mas com a "Villiers Terrace", o grupo demonstra a subtileza de texturas sónicas, incluindo pelo meio um medley com a versão de "Roadhouse Blues" dos The Doors. A belíssima "Nothing Lasts Forever", no álbum "Evergreen" (naquela altura onde regressaram ao activo em 1997 depois de terem feito uma pausa em inicio dos 1990s), essa música transmite-me o encanto, também incluindo pelo meio um medley com a versão de "Walk On The Wild Side" do saudoso Lou Reed, outra influência dos Echo. Já com o eterno "Seven Seas" e a outra belíssima "Rust", do álbum "What Are You Going To Do With Your Life" (o último a contar com o baixista Les Pattinson antes de abandonar os Echo), fizeram-me arrepiar. Pois esse efeito permanece por completo. Na fase pós-Pete de Freitas não foi assim nada de especial, aquela versão têm alguns bons momentos encontrados nos álbuns "Evergreen", "What Are You Going To Do With Your Life" e "Siberia". Mas de resto é para esquecer. 
Já antes do encore, tivemos a trilogia de canções perfeitas que nos façam surpreender como "Bring On The Dancing Horses", o glorioso "The Killing Moon", com os solos de guitarra magistrais construindo o mistério, o drama e a magia, tanto na música como na escrita, e o frenético "The Cutter", aqui em versão ao vivo encontra-se a bela secção de guitarras, soando ainda idêntico do que o original, em vez de secção de cordas influenciada pela música oriental encontradas na versão do álbum "Porcupine".
Durante o encore, voltaram aos palcos com a "Lips Like Sugar", no quinto álbum homónimo, outro clássico deles, com o público a cantar em plenos pulmões. Outro momento fundamental na actuação. E para encerrar a sequência, muita das pessoas esperavam que eles tocassem a canção "Ocean Rain", mas não, tocaram a "Do It Clean", tema super energético da banda. E o resultado final foi algo positivo.
O Ian McCulloch tornou-se mais comunicativo, na forma de interacção com o público. O resto da banda também esteve preparados. Em termos da setlist estava perfeito e não houve nenhuma falha. Uma espécie de best of deles perfeito.
E portanto, foi um concerto arrebatador que vai ficar na minha memória.


Echo & The Bunnymen











Text by: Pedro Miguel Dias
Photos by: Pedro Miguel Dias

Setlist: https://www.setlist.fm/setlist/echo-and-the-bunnymen/2019/lisboa-ao-vivo-lisbon-portugal-5b9513d4.html

Going Up
Bedbugs & Ballyhoo
Rescue
Never Stop
All My Colours (Zimbo)
Over The Wall
Somnambulist
Villiers Terrace / Roadhouse Blues (The Doors Cover)
Nothing Lasts Forever / Walk On The Wild Side (Lou Reed cover)
Seven Seas
Rust
Bring On The Dancing Horses
The Killing Moon
The Cutter

Encore
Lips Like Sugar
Ocean Rain??????????????????????????
Do It Clean

1 comentário:

  1. Ocean Rain estaria guardado para o caso de o público não se render quando ligaram as luzes, e exigisse com muito barulho que eles voltassem.

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