terça-feira, 16 de abril de 2019

The Young Gods no Lisboa Ao Vivo, Lisboa (14-04-2019)

No dia 14 de Abril de 2019 fui à sala de espectáculos Lisboa Ao Vivo ver os suíços The Young Gods.
Conheci os Young Gods através do cartaz da 1ª edição do festival de música Super Bock Super Rock, de 1995, na Gare Marítimo de Alcântara. De nomes, estiveram lá os The Cure, The Jesus and Mary Chain, Morphine, GNR, Faith No More e, claro, os The Young Gods.
Antes disso, fui ver uma banda lisboeta chamada She Pleasures Herself, que foi a primeira parte do concerto dos The Young Gods. Nunca ouvi falar desses rapazes mas pareceram-me interessantes. Quando o guitarrista entra no palco, usava uma mascara parecida como o Bane, e eu julgava que fosse uma banda formada por membros que andam mascarados de personagens fictícias da banda desenhada da DC Comics, o que eu achava piada. A sonoridade dos She Pleasures Herself faz-me recordar os The Sisters Of Mercy dos tempos modernos com elementos electrónicos e de uma estética gótica e darkwave à anos 1980, como se tivéssemos a imaginar dentro de uma discoteca ao ouvir esse tipo de música onde as pessoas vestidas de roupas pretas estivessem a brincar com as próprias sombras. O vocalista que anda de óculos escuros, de roupa de cabedal e correntes, consegue ter um carisma a brava que me deixa agarrado a este concerto, a voz timbrica semelhante a de Andrew Eldritch está engraçada. No entanto, a teclista, o guitarrista e o baterista electrónico também estiveram bem dispostos no palco de Lisboa Ao Vivo subtil. E por isso foi uma surpresa para mim. Pode ser que eles voltem da próxima vez.

Quanto ao concerto dos The Young Gods foi substancial. O nome foi retirado de um EP dos Swans com o mesmo titulo, sendo notáveis as semelhanças a certos trabalhos dos Swans, tanto na diferença de ideias como na abordagem de canções ligadas ao movimento noise, rock industrial, música experimental ou concreta e por aí em diante.
O som do baixo e das guitarras era tudo feito em samples por parte do teclista e co-fundador Cesare Pizzi, o que eu acho impressionante. As canções eram escritas em língua inglesa e francesa. A voz rouca e grunhida do Franz Treichler transmite a fúria e a confiança e a bateria acústica do Bernard Trotin esteve muito bem nos palcos, mantendo o ritmo certo em várias canções.
No alinhamento principal, mal começou com os temas que fazem parte do novo álbum, "Data Mirage Tangram", editado este ano e desse álbum, encontra-se o lado mais ambiental com pitadas de psicadelismo e de electrónica e menos "rockalhado" do que os álbuns anteriores como "Only Heaven", de 1995, ou "T.V Sky", de 1992. O alinhamento acaba com a versão mais prolongada da "Envoyé", tema retirado do álbum de estreia homónimo em 1987. Nesta versão encontra-se o lado mais virado para as influências do techno hardcore e da musica rave, desde a repetição das secções de linhas de baixo e de guitarras sintetizadas.
Os três suíços conseguem ter uma performance memorável e na forma de interacção com o público é formidável.
Durante o primeiro encore, tocaram os temas conhecidos que se tornaram clássicos como "Kissing The Sun", "Gasoline Man" e "Skinflowers". Depois dos Young Gods terem saído do palco, houve muita gente no Lisboa Ao Vivo a gritar "só mais uma", para chamar a atenção que eles voltassem ao palco para tocar mais uma ou duas e eles aceitaram.
No segundo e último encore tocaram a versão experimental da "Did You Miss Me?",  que é uma cover da canção "Hello, Hello, I'm Back Again", original do Gary Glitter, e finalmente o ambiental "Everythem", que faz parte do novo álbum.
E pronto, o concerto foi excelente.


She Pleasures Herself

 


The Young Gods



 
(Touched by the hand of God)




Photos by: Pedro Miguel Dias
Text by: Pedro Miguel Dias


Entre En Matière
Figure Sans Nom
Tear Up The Red Sky
All My Skin Standing
Moon Above
About Time
Envoyé
You Gave Me A Name

Encore:
Kissing The Sun
The Night Dance
Gasoline Man
Skinflowers

Encore 2: 
Did You Miss Me?
Everythem

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