Arte By Pedro Dias: Yann Tiersen no Campo Pequeno, Lisboa (29-09-2019)

No dia 29 de Setembro de 2019, fui ao Campo Pequeno ver o compositor e multi-instrumentista da cena clássica contemporânea e de vanguarda Yann Tiersen.

A minha descoberta do Yann Tiersen foi através da banda sonora do filme "O Fabuloso Destino de Amélie", de 2001. Fiquei encantado pelo filme, bem pela música, quando saiu na altura. E por isso decidi ir.

Antes disso, estive a ver um artista que desconhecia por completo que se chama Geyser, estranhei que o Yann Tiersen fosse subir ao palco à hora certa, 21h30m, porque não estava anunciado que havia a primeira parte. Uma coisa que não sabia é que os seguranças pediram para não filmar os concertos. Quanto ao duo Geyser, que tocaram às 21h30m, foi bonito, eles tocam o estilo de musica ambiente com texturas de guitarras atmosféricas, ritmos electrónicos e sintetizadores ao fazer lembrar os The Durutti Column nos tempos modernos. Ele nas teclas, guitarras e voz e ela no baixo e voz.

Quanto ao Yann Tiersen, às 22h20m, foi giro. Apesar de não ter tido tempo de ouvir o novo álbum "ALL", editado neste ano, ele e a sua banda estiveram bem dispostos no palco.

No inicio do concerto estava ele sozinho a tocar o piano e a harmónica a improvisar as canções acompanhando os sons da natureza reproduzidos através da fita magnética. As músicas dele eram caracterizadas pela estética cinemática. Na maneira como ele e a sua banda actua, as fases de teclas, dos xilofones de ferro ou do tambor variam a intensidade, tornando-se algo enriquecidas, únicas e criando uma enorme beleza sonora para dar a sua própria sensação. Para além do Tiersen tocar o piano e o acordeão, ele também toca cravo, sintetizador analógico, glockenspiel (ou seja, xilofone de metal), sinos tubulares e violino em cada uma das canções adicionando à evolução. Nas performances, quando tocou a "Comptine d'un Autre Été, L'après-midi", o único tema da banda sonora do filme "Amélie", no cravo, fiquei surpreendido pela actuação. As interpretações do "Summer 78", da banda sonora do filme "Goodbye, Lenin!", e do "Rue Dês Cascades" foram intimistas a meu ver. E foi uma pena de ele não tocar a "La Valse D'Amélie" ou "I've Never Been There". E gostei de o ver. Valeu a pena.

Geyser